A Torre e a Casa de Gomariz, em Cervães, Vila Verde, foram classificadas como monumento de interesse público, de acordo com uma portaria publicada, esta terça-feira, em Diário da República.
A portaria, assinada pela secretária de Estado da Cultura, Ângela Carvalho Ferreira, refere que, apesar das recentes obras de adaptação a unidade turística, o conjunto da Torre e da Casa de Gomariz “conserva ainda grande valor histórico e arquitetónico, constituindo um notável e raro vestígio medieval e quinhentista da implantação nobre na região”.
Segundo a portaria, os edifícios atuais datam da primeira metade do século XVI, mas a torre da Casa de Gomariz revela uma tipologia de habitação nobre característica do final da Idade Média.
A habitação foi reformada no século XVI, tendo sido posteriormente acrescentada uma ala solarenga.
“A importância primitiva da propriedade no contexto regional e as continuadas referências históricas ao seu estatuto enquanto propriedade vinculada à Capela de Santa Luzia da Sé de Braga encontram testemunhos na sua monumentalidade e nas supostas semelhanças estilísticas entre as gárgulas da torre e outras da abside manuelina da Sé de Braga e da torre da colegiada de Guimarães”, acrescenta.
Diz também que a torre “conserva ainda muitos elementos denunciadores da sua feição tardo-medieval, e das obras de meados de quinhentos, apesar do estado de ruína em que esteve e da recente reformulação que sofreu”.
O solar, de raiz quinhentista, foi também intervencionado numa campanha barroca.
A portaria refere, assim, que a classificação reflete os critérios legais relativos ao “caráter matricial do bem, ao seu interesse como testemunho notável de vivências ou factos históricos, ao seu valor estético, técnico e material intrínseco, à sua conceção arquitetónica e à sua extensão e ao que nela se reflete do ponto de vista da memória coletiva”.