António Silva, o único suspeito de simultânea autoria moral e material do assassínio do eletricista Fernando “Conde”, tentou, durante esta quinta-feira, ilibar o alegado cúmplice, Hermano José Salgado, criador de cavalos e cortador de carnes verdes, que continua a manter-se em silêncio.
Com este volte-face nos primeiros interrogatórios judiciais, as medidas de coação, que deveriam ser conhecidas na tarde desta quinta-feira, serão lidas ao início da tarde de sexta, por “Tony do Penha” estar a colaborar com a investigação.
Ambos são suspeitos de terem assassinado o eletricista Fernando Ferreira (“Conde”), de 63 anos, porque supostamente António Freitas Silva (“Tony do Penha”), de 70 anos, tinha fortes suspeitas que aquele seu amigo tivesse algo a ver com o desaparecimento de cerca de 135 mil euros de um cofre, na sua residência, em Sande São Clemente, no concelho de Guimarães, onde a vítima do homicídio tinha prestado serviço.
Na tarde desta quinta-feira, quando o juiz de instrução criminal, Pedro Miguel Vieira, se preparava para ler as medidas de coação, a advogada de “Tony do Penha”, Diana Mendes da Silva, informou o magistrado que o seu cliente pretenderia prestar novas declarações.
O outro detido, Hermano José Salgado, de 40 anos, defendido pelo advogado Domingos Freitas, de Vizela, tem-se remetido desde o início ao silêncio, tendo o Ministério Público pedido que lhe seja aplicada como principal medida de coação apresentações diárias no Posto Territorial da GNR de Caldas das Taipas, o posto policial da sua área de residência.
A Diretoria do Norte da Polícia Judiciária deteve durante a manhã de terça-feira os dois suspeitos da tortura, sequestro e assassínio do eletricista Fernando “Conde”, que esteve desaparecido durante duas semanas, até o cadáver ter sido encontrado no dia 08 de janeiro de 2020, no rio Ave.
A investigação da Polícia Judiciária está desde o início deste processo a cargo da Secção Regional de Combate ao Terrorismo e Banditismo, uma subunidade da Diretoria do Norte da Polícia Judiciária especializada neste tipo de criminalidade bastante violenta, incluindo os raptos e sequestros, dirigida pelo coordenador de investigação criminal Manuel Santos.