Tiago Monteiro é uma referência no desporto automóvel. Com 22 anos de carreira, o piloto português está virado, também, para o agenciamento de jovens pilotos. Mariano Pires, o jovem de Ponte de Lima, é uma das grandes promessas neste desporto.
“O Mariano, desde cedo, demonstrou a toda a gente o potencial que tinha em pista. Pouco a pouco foi crescendo e esse talento foi sendo desenvolvido”, começa por dizer Tiago Monteiro em conversa com OMINHO.
No entanto, hoje em dia para se ser atleta profissional é preciso muito mais do que talento: “é preciso ter outras qualidades que, pouco a pouco, ele foi desenvolvendo por si próprio”.
Monteiro ‘esbarrou’ com Mariano quando fazia uma pesquisa sobre os melhores jovens talentos nacionais: “o Mariano fazia parte do lote dos melhores pelas suas capacidades em pistas, mas também, fora de pista como a inteligência, a gestão da pressão, dos momentos mais complicados e o potencial que ele demonstrou”.
Evitar erros
A O MINHO, o único piloto português a conquistar um pódio na Fórmula 1 revela que “os pilotos quando têm 12/13 anos, vê-se logo que há uns que são melhores do que outros mas não sabemos como vão evoluir”. No caso de Mariano Pires, as coisas pareciam bem claras: “era um talento fora de série e eu não quis perder a oportunidade de me juntar a ele, de apoiá-lo tentando direccioná-lo da melhor forma possível”.
Uma das funções de Tiago Monteiro é passar os ensinamentos que as mais de duas décadas de carreira lhe proporcionaram.
“Cometi alguns erros, aprendi muito e a ideia é evitar que os jovens pilotos cometam alguns erros que se cometem por desconhecimento, ultrapassando alguns passos no seu crescimento como pilotos”.
Mariano a piloto profissional
Tiago Monteiro não tem dúvidas: “vejo o Mariano a curto prazo a ser piloto profissional e a poder viver desta profissão mas tem que dar o salto a nível de campeonatos”.
No segundo ano em automóveis, o jovem limiano “já deu saltos grandes mas queremos dar saltos maiores para o ano e para daqui a dois anos para dar nas vistas no mundo mais abrangente do desporto automóvel”.
Actualmente, Mariano Pires participa no GT4 South European Series, campeonato que se corre em França, Espanha e Portugal, mas o próximo salto é “para algo que dê mais nas vistas” e pode chegar ao DTM.
“É um campeonato possível, é um campeonato onde há pilotos profissionais, nos GT’s há pilotos profissionais, nos Turismos há pilotos profissionais”, alarga Monteiro as hipóteses para Mariano Pires.
E descarta os monolugares: “a via não será essa porque não começou por aí, mas tanto nos Estados Unidos, na Austrália ou noutros países há campeonatos onde os pilotos podem exercer a sua profissão e o Mariano cabe, perfeitamente, nesses campeonatos”.
Novas funções
Apesar de fazer agenciamento há dez anos associado a António Félix da Costa, Tiago Monteiro montou, há dois anos, a Skywalker Racing Management, empresa dedicada à formação de pilotos semiprofissionais para serem profissionais.
“A ideia é descobrir jovens pilotos desde os kartings e temos pilotos dos 7 aos 30 e poucos anos, num total de 14”.
Vídeo: Tiago Monteiro foi o único piloto português a chegar ao pódio na Fórmula 1.
O papel do piloto português é orientar “na transição para os automóveis”, tal como fez com Mariano, porque é uma transição muito difícil por causa dos custos envolvidos.
“Tentamos facilitar e encontrar patrocinadores, parceiros, para que esse salto seja possível. Este é um desporto caro porque não é só pegar numas chuteiras. Tem camiões, mecânicos, deslocações”.
Como o futuro é já ali, Mariano Pires, mesmo com 18 anos, pode chegar, em breve, a campeonatos de referência, tornando-se um dos nomes incontornáveis do desporto automóvel em Portugal.