É um dos tatuadores mais conhecidos em Portugal e vencedor de prémios em eventos internacionais. Pedro Eman acaba de ganhar o segundo lugar na Convenção Internacional do Porto na categoria ‘Retrato’. No ano passado, já tinha conquistado um pódio mas na categoria ‘Preto e Cinza”.
Pedro Eman leva 20 anos como tatuador. Começou no Porto mas há 10 anos mudou-se de armas e bagagens para Braga. O ‘amor’ com cidade é tal que, agora, quando vai à Invicta, por questões familiares, “sinto-me claustrofóbico. Quero voltar logo”. Ele e a companheira abriram um estúdio em Vila Verde, “mais uma prova que queremos ficar”.
A cidade de Braga não era estranha ao tatuador. O pai é bracarense de gema mas mudou-se para o Porto. Depois de se iniciar na arte das tatuagens, Pedro foi dando algumas aulas e um dos alunos era de Braga: “o mercado aqui não estava tão saturado como no Porto”.
Decidiu abrir o próprio estúdio num centro comercial no centro da cidade e se no início, “ia a vinha todos os dias”, há cinco anos decidiu assentar arraiais na cidade dos Arcebispos. “Não estou nada arrependido”.
O tatuador tem ganhos vários prémios nas áreas que mais gosta de desenvolver: retratos ou preto e cinza. Reconhece que as tatuagens “estão na moda” muito por ‘culpa’ “dos famosos, sejam pessoas ligadas ao futebol, ao cinema, à música e à própria moda”. A arte de tatuar está sempre a evoluir seja com novas máquinas ou novas tintas gerando “muitos milhões em alguns países”.
Clientes
Um dos clientes mais velhos de Pedro Eman tem 60 anos, o mais novo deve andar pelos 14. Os pedidos passam por imagens realistas, minimalistas, nomes ou frases. As redes sociais continuam a ser o melhor veículo para divulgar o que vai fazendo. Só no Instagram tem milhares de seguidores.
“A parte da cintura, a anca ou a clavícula” são os locais onde considera ser “mais chato” tatuar por “não serem muito planas. Mas, para mim, são, ao mesmo tempo, um desafio”.
Os pedidos dos clientes são sempre atendidos mas Pedro não se inibe de dar conselhos ou dicas. “Gosto quando o cliente vem, troca umas ideias e volta no dia seguinte porque me dá tempo para pensar naquilo que o cliente quer”.
“Há emigrantes que vêm de propósito ao meu estúdio [no centro comercial BragaShopping] e há pessoas do Porto, Famalicão que vêm cá porque gostam do meu trabalho”, refere acrescentando que “uma peça pode demorar um dia inteiro a tatuar”, o que é “fisicamente desgastante” até porque “a qualidade do trabalho tem ser igual do primeiro ao último minuto”.
A companheira está mais ligada ao realismo. O pedido do cliente é desenho numa espécie de papel vegetal que depois é repassado na pele na zona pretendida. Quase todas as tatuagens são a preto e cinza: “ainda não há tradição, no nosso país, das tatuagens coloridas. Há quem peça mas é muito raro”.