Secretária de Estado diz em Guimarães que é preciso uma “transformação social” para desconstruir estereótipos

Fórum Igualdade – Encontro Feminista

A secretária de Estado da Igualdade e Migrações, Isabel Almeida Rodrigues, defendeu hoje, em Guimarães, a necessidade de “uma verdadeira transformação social nas organizações, nas escolas, nas famílias e nos espaços públicos”, para desconstruir estereótipos, desigualdades ou discriminações.

Na sessão de encerramento do Fórum Igualdade|Encontro Feminista, no âmbito da Temporada Cruzada Portugal – França 2022, que decorreu no Teatro Jordão, em Guimarães, a governante afirmou que o “discurso feminista deve ser também um discurso interseccional”.

“Um dos grandes desafios dos feminismos, é, mais do que incluir no debate outros fatores de discriminação, refletir, discutir e estudar, permanentemente, acerca do entrosamento e influência entre sexo e desigualdade social, origem étnico racial, idade, identidade de género, religião ou crença”, destacou Isabel Almeida Rodrigues.

Por isso, apelou à necessidade desta “abordagem interseccional no combate à discriminação nas suas mais variadas formas: na luta contra discriminações múltiplas, na prevenção e no combate à violência contra as mulheres, à violência doméstica, ao tráfico de seres humanos”.

“Para desconstruir estes estereótipos e estas representações sociais em torno do homem e da mulher, precisamos de todos os feminismos, precisamos de todas as pessoas, mas será necessária uma verdadeira transformação social nas organizações, nas famílias, nas escolas, nos espaços públicos”, defendeu a secretária de Estado da Igualdade e Migrações.

Nesse sentido, Isabel Almeida Rodrigues considerou serem “tão relevantes as intervenções no terreno que materializam as políticas públicas de promoção da igualdade” que o Governo tem em curso.

“Como já foi dito aqui hoje: a igualdade não basta consagrá-la na lei, é preciso realizá-la, concretizá-la. É fundamental que sejamos capazes de promover o desaparecimento, que necessariamente terá de ser gradual, destes estereótipos nos vários contextos da nossa vida: na escola, no trabalho, nos ‘media’, no desporto, na publicidade. Construindo novos modelos de representação e de comportamento sem discriminação de género ou violência”, declarou a governante, durante o seu discurso.

Para a secretária de Estado da Igualdade e Migrações vive-se “num tempo e num Mundo em que nada se pode assumir como adquirido”.

“A democracia, a paz, a saúde, a habitação, a educação encontram-se ameaçados por uma instabilidade que tem feito tremer muito os direitos fundamentais, os direitos humanos”, alertou, lembrando que “as mulheres e as crianças são em todas as crises as principais vítimas”.

“Todos os relatórios o demonstram. E a vitimização agudiza quando à condição da mulher se juntam outras condições, como a orientação sexual, identidade de género, idade, deficiência, religião, etnia ou mesmo território de origem”, frisou Isabel Almeida Rodrigues.

 
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