A Câmara de Braga vai submeter a proposta em reunião de câmara, no próximo dia 24, aquilo que poderá vir a resolver o futuro do São Geraldo, antiga casa cultural no centro de Braga, propriedade da igreja bracarense, e que está devoluto.
A Câmara propõe-se a pagar 12 500 euros mês, sendo que o contrato de arrendamento do antigo cinema S. Geraldo,, a que O MINHO teve acesso, prevê a duração de 10 anos, renováveis, com opção de compra pela autarquia.
A câmara fica isenta do pagamento daquela quantia nos primeiros nove meses da vigência do contrato, ficando a pagar nos seis meses seguintes metade daquele valor e nos três meses subsequentes 75%, pelo que só em fevereiro de 2019 a autarquia irá começar a pagar a renda integral.
O edifício, presença constante na memória cultural bracarense, estava destinado aos interesses do imobiliário privado, e desde essa data tem sofrido forte contestação na cidade.
No entanto o executivo municipal bracarense decidiu lançar as bases de um acordo com a Arquidiciosese de Braga no sentido de criar Media Arts Centre, tornando o local “pedra angular” nas candidaturas a cidade criativa da UNESCO e Capital Europeia da Cultura.
O presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, confirma o negócio de arrendamento do edifício por 12 500 euros mensais e nega”aproveitamento eleitoralista”.
“No âmbito da candidatura a Cidade Criativa da Unesco tínhamos já planeado, está na candidatura expressa a ideia de criação de um Media Arts Centre”, apontou o autarca, admitindo que a câmara não achou justificações para a preservação do edifício antes da contestação.
“Na altura não nos pareceu que fosse prioritário. A partir o momento que nos apareceu esta possibilidade do Media Arts, e as outras possibilidades se foram gorando, depois de contactos vários que fomos tendo e diga-se também, não temos pejo nenhum em assumi-lo, a reptos vários da sociedade, achámos que estavam reunidos os requisitos para avançarmos com esta hipótese”, afirmou.
Questionado sobre se a medida é eleitoralista, Ricardo Rio é frontal. “Naturalmente que todas as ações que se tomem, ou não tomem, estão sempre sujeitas a uma leitura eleitoralista. Esta questão resulta da convergência de vários fatores, circunstâncias que há um ano não se colocavam”, apontou.