O salário médio mensal ilíquido (sem descontos de impostos) no Minho ronda os 1.050 euros e verifica-se, sobretudo, nos municípios onde a sede é cidade e onde existe maior oferta de emprego por entre as indústrias e empresas de outros setores com mais de 250 trabalhadores. Em termos de disparidade, Terras de Bouro e Famalicão destacam-se pelo lado negativo, existindo uma diferença substancial dos ganhos entre homens e mulheres.
Segundo os mais recentes indicadores do mercado de trabalho agora revelados nos Anuários Regionais do Instituto Nacional de Estatística (INE), referentes ao ano de 2020, o salário ilíquido médio mensal foi de 1.057 euros no Alto Minho, 1.088 euros na região do Cávado e 1.030 no Ave.
O ‘rei’ dos salários no Minho foi Braga, com um valor ilíquido de 1.186 euros. O segundo lugar do pódio é ocupada pela segunda sede de distrito – Viana do Castelo (1.153 euros). O ‘top-5’ é completado por Famalicão (1.135 euros), Cerveira (1.130 euros) e Guimarães (1.013 euros). No lado oposto da tabela – onde se ganha menos – estão Celorico de Basto (845 euros), Cabeceiras de Basto (847 euros), Vieira do Minho (855 euros), Póvoa de Lanhoso (882 euros) e Fafe (883 euros).
Grandes indústrias pagam mais
É onde existem empresas com mais de 250 postos de trabalho que se ganha mais, e essa diferença percebe-se bem nos extraordinários casos de Cerveira (48,8%) e Valença (48,1%), onde cerca de metade da população empregada trabalha em grandes empresas e ganha mais de 1.000 euros – o salário médio mensal em Valença é de 1.004 euros.
Esse factor é ainda notado em Braga (27,4% trabalham em empresas com mais de 250 trabalhadores), Viana (21,4%) e Esposende (15,9%). Curiosamente, e apesar de serem dois concelhos com salários médios mensais elevados, Guimarães e Famalicão têm menos de 15% dos trabalhadores em empresas com mais de 250 postos de trabalho, o que aponta que a grande maioria do pessoal empregado encontra-se em empresas com mais de 10 postos de trabalho, mas menos de 250.
65% dos trabalhadores estão no Quadrilátero
Não é novidade que o Quadrilátero concentra o maior numero de empregos, mas já representam 65% (159.721 trabalhadores) em todo o Minho: Braga (50.771 trabalhadores), Guimarães (42.856), Famalicão (36.685) e Barcelos (29.409). O mesmo relatório aponta ainda que existem 245.035 trabalhadores por contra de outrem nos distritos de Braga e de Viana do Castelo, com o “baixo Minho” a concentrar cerca de 200 mil.
Mais mulheres a trabalhar no interior
Por sexo, há mais mulheres a trabalhar nos concelhos de Arcos de Valdevez, Melgaço, Paredes de Coura, Terras de Bouro, Fafe, Póvoa de Lanhoso e Vizela, enquanto nos restantes o número de homens é superior.
Salários mais iguais em Póvoa de Lanhoso e Vieira do Minho, menos igualdade em Terras de Bouro e Famalicão
Em termos de valores, as mulheres ganham mais de 1.000 euros ilíquidos em apenas três municípios do Minho – Braga (1.071 euros), Viana (1.062 euros) e Cerveira (1.024 euros). Já os homens ganham mais em Braga (1.269 euros), Famalicão (1.265 euros), Viana 1.228 euros) e Cerveira (1.225 euros).
Em termos de taxa de disparidade nos salários médios mensais entre homens e mulheres, os municípios de Póvoa de Lanhoso (1,7%), Vieira do Minho (2,1%), Caminha (3,7%) e Vila Verde 3,9%) são os que apresentam melhores índices de igualdade. No lado oposto, Terras de Bouro (16,6%) e Famalicão (13,4%) são os municípios onde a taxa de desigualdade é maior – logo é onde os homens mais ganham em relação às mulheres. Mas, mesmo assim, uma mulher ganha mais em Famalicão do que em qualquer um dos municípios com as melhores taxas de igualdade.