Vai para concurso público e deve estar concluído em 2022, o projeto final de arquitetura para a musealização das ruínas arqueológicas romanas da Ínsula das Carvalheiras, em Braga. O anúncio foi feito este sábado numa sessão de apresentação da iniciativa, realizada no Museu D. Diogo de Sousa.
Depois de mais de 20 anos de investigação, uma parceria entre o Município e a Universidade do Minho permitiu concluir o projeto que levará à valorização, musealização e adequação à visita do conjunto arqueológico.
Para Ricardo Rio, presidente da Câmara, a Ínsula das Carvalheiras será um local de visita obrigatória e uma enorme mais-valia para a cidade. “Será um espaço de fruição para aqueles que aqui residem e que, obviamente, poderão também desfrutar das condições muito interessantes que, no projeto, foram asseguradas para os moradores e para os bracarenses”, salientou.
Com um investimento de 2,7 milhões, exclusivamente a expensas do Município uma vez que não há possibilidade de candidatura a financiamentos comunitários, o projeto afirma-se como “um instrumento de regeneração urbana, uma aposta clara na valorização patrimonial, um testemunho de uma parceria sempre renovada com a UMinho e, sobretudo, um resultado final que vai agradar aos cidadãos e atrair muitos visitantes”.
Também o vereador Miguel Bandeira considerou que aquele conjunto é uma “célula viva da cidade romana transportada no tempo”, sublinhando que “valerá a pena visitar Braga para conhecer uma área de elevadíssima qualidade arquitetónica e tecnológica”.
Já o reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, elogiou o esforço financeiro do Município, “com recurso a receitas próprias e que resultará numa valorização significativa do património da nossa cidade”.
Centro interpretativo
A Ínsula das Carvalheiras – dizem os projetistas – proporciona uma viagem no tempo, com a entrada num Centro Interpretativo – com uma vertente moderna e tecnológica – e com um percurso até ao interior do espaço, onde está um importantíssimo legado romano. Para além da componente arqueológica, o estudo prevê a criação de um parque urbano anexo às ruínas, para usufruto dos cidadãos e para atividades culturais e de lazer.
A cidade passa assim a dispor de um equipamento “de grande valor histórico e cultural, verdadeiramente emblemático da origem romana de Braga, capaz de ajudar a reforçar a sua identidade e a diferenciar a sua oferta cultural”.
A conceção é da autoria de Alejandro Beltran-Caballero e Ricardo Mar, dois arquitetos com reputada experiência na relação com a arqueologia e na musealização de vestígios romanos.