A ribeira de Couros, que atravessa a zona que a Câmara de Guimarães quer classificar como património da humanidade, junto da UNESCO, corre hoje, tingida de branco. Estes episódios, de acordo com o testemunho de um agente das autoridades, já são habituais.
O leito da ribeira de Couros corre, esta segunda-feira, transformado numa pasta branca acinzentada. Por este motivo deslocou-se ao local uma patrulha do SEPNA, do posto territorial da GNR de São Torcato que se encontra a desenvolver averiguações para tentar encontrar o foco poluidor.
Há um ano, a 24 de abril, o Guimarães Digital publicava uma notícia que dava nota do surpreendente avistamento de peixes na ribeira de Couros. O avistamento, nessa altura, aconteceu na zona da Cooperativa Fraterna, um pouco a montante da fotografia que ilustra esta notícia.
“Numa altura em que vivemos em pandemia, trata-se de uma situação que poderá ser explicada com a suspensão da atividade industrial. De resto, atualmente, as águas da Ribeira de Couros estão claramente mais límpidas do que é normal”, dizia a notícia.
A ribeira de Couros (ou rio de Couros) nasce na montanha da Penha, passa pelo Parque da Cidade de Guimarães, onde ainda se podem identificar algumas estruturas em pedra que foram preservadas e que se julga serem tanques ou bebedouros para os animais, do tempo em que aquela era uma zona rural.
O curso de água percorre depois a área urbana, passando pelo bairro de Couros, onde serviu, em tempos como fonte de água para a indústria dos curtumes que deu o nome aquela zona da cidade. Quando sai da cidade, a ribeira encaminha-se para a veiga de Creixomil, onde a sua água ainda é usada para irrigar os campos agrícolas.
A relação da cidade com este curso de água sempre foi intensa, pela sua localização, umas vezes serviu como local de despejo de esgotos (por isso também já foi conhecida como “merdário”), outras vezes como fonte de água para a agricultura e para os tanques públicos da cidade.