A Quintas de Melgaço, empresa vitivinícola detida em 62,8% pela Câmara de Melgaço e por 530 pequenos produtores da casta alvarinho, registou um crescimento de 80% nas exportações no ano passado, enquanto o mercado nacional aumentou cerca de 10%, somando as vendas totais 4,5 milhões de euros. Apesar das vendas para os países bálticos terem registado uma queda devido à guerra na Ucrânia, Pedro Soares, administrador da empresa, em declarações ao Jornal de Negócios, acredita que em 2023 será possível recuperar e até aumentar o valor de exportações para Estónia, Letónia e Lituânia.
A Quintas de Melgaço tem entre os seus principais mercados a Polónia, Brasil, Canadá, Bélgica e Noruega, mas a aposta vai agora também incidir em novos países como a Coreia do Sul, Japão e Suécia, onde o preço médio por litro é mais elevado. O objetivo da empresa é que as exportações representem 20% das vendas este ano, enquanto no mercado nacional a perspetiva é de “pelo menos crescer residualmente”.
Pedro Soares destaca o impacto da subida dos preços, afirmando que só no caso das garrafas, o aumento do custo foi próximo dos 60%. Para lidar com essa situação, a aposta futura da Quintas de Melgaço é em vinhos de valor acrescentado que permitam um posicionamento diferente. No entanto, o reposicionamento da empresa, que produziu dois milhões de garrafas no ano passado, será mais lento devido ao encarecimento da matéria-prima e da mão-de-obra na construção.
Apesar de estar à espera de novas oportunidades para o investimento na remodelação da empresa, Pedro Soares acredita que é preciso ponderar muito bem os investimentos para não condicionar o futuro da própria adega. A Quintas de Melgaço tem 11 referências de vinho e quatro espumantes, cujas vendas cresceram 40% em 2022.