O líder da comissão política distrital do PSD de Viana do Castelo congratulou-se com o aumento, para o dobro, do número de câmaras no Alto Minho, considerando tratar-se do “melhor” resultado do partido no país.
“Enquanto presidente da distrital do PSD só tenho que estar muito satisfeito com os resultados obtidos nas eleições de domingo. No Alto Minho, o PSD é o grande vencedor destas eleições ao dobrar o número de câmaras, retirando duas câmaras ao PS. Em termos nacionais é o melhor resultado alcançado pelo partido”, disse hoje à Lusa Carlos Morais Vieira.
De acordo com os dados da Direção Geral de Administração Interna (DGAI), o PSD dobrou para quatro o número de câmaras que lidera no distrito de Viana do Castelo ao conquistar Monção e Ponte da Barca, onde o PS era poder há 20 e há 12 anos, respetivamente. Manteve Valença e Arcos de Valdevez.
Em Monção, o PSD, liderado por António Barbosa, venceu com 47,01% dos votos, garantindo quatro mandatos. O PS, que recandidatou Augusto Domingues, atingiu 43% e ficou com três vereadores no executivo.
Em Ponte de Barca, o único concelho do Alto Minho em que houve mudança de liderança municipal, neste caso com António Vassalo Abreu a terminar 12 anos consecutivos como presidente da Câmara pelo PS, o candidato do PSD, Augusto Marinho, reconquistou o município perdido em 2005, alcançando 54,15 % dos votos e quatro mandatos contra os 40,14% alcançados pelo candidato do PS, Inocêncio Araújo.
Carlos Morais Vieira frisou que com os resultados alcançados nas eleições de domingo, “o PSD poderá discutir a futura presidência da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho”.
Em Viana do Castelo, o líder da distrital social-democrata lamentou a perda de um vereador no executivo municipal.
“Estou triste. O PSD não consegue dar a 24 anos de poder socialista muito por culpa própria e egocentrismo de algumas pessoas que entendem que podem chegar ao poder atropelando tudo e todos”, sustentou Carlos Morais Vieira.
O socialista José Maria Costa foi reeleito para um último mandato com 53,68% dos votos, tendo reforçado o número de mandatos na autarquia da capital do Alto Minho, passando a ter seis vereadores.
O PSD atingiu 21,25% e perdeu um lugar, não conseguindo eleger o líder da distrital social-democrata, Carlos Morais Vieira, o terceiro da lista que se apresentou a sufrágio. O PSD vai ocupar dois lugares no executivo municipal onde a CDU mantém o lugar alcançado em 2013.
Vieira responsabilizou o atual presidente da concelhia, Eduardo Teixeira, por “criar confusão, meter listas fantasmas no tribunal, andar com processos judiciais e boicotar a campanha eleitoral”.
“O resultado que o PSD obteve no concelho é o possível devido ao mau trabalho feito pela concelhia e à irresponsabilidade do seu presidente, em concreto”, frisou.
Destacou que “a concelhia não tratou as eleições autárquicas com a ponderação, seriedade e credibilidade que mereciam” e referiu que “o assunto vai ser tratado nos órgãos próprios do partido”.
“Existem órgãos próprios para discutir esses assuntos e não na praça pública como a concelhia o fez. Os tempos que aí vêm são para discutirmos e esgrimirmos o que se passou”, alertou.
Na reação, Eduardo Teixeira disse que o PSD “ganhou duas câmaras muito importantes, fruto de um trabalho de continuidade mas que no distrito o partido registou uma perda efetiva de votos”.
“O PSD deixou de ter representantes em três Câmaras, Vila Nova de Cerveira, Paredes de Coura e Ponte de Lima. Esta perda efetiva de votos e mandatos tem de ser analisada internamente”, avisou.
Em Viana do Castelo, adiantou, “o presidente da distrital interferiu no processo eleitoral e candidatou-se a um lugar que, à partida, estava garantido sem sequer ter sido escolhido pelos vianenses”.
“O PSD perdeu metade dos seus eleitos nas freguesias. É uma derrota pessoal muito grande. Tínhamos 98 eleitos nas freguesias e temos 49. Tínhamos nove presidentes de junta e passamos a ter três”, frisou.