O PS de Vila Verde acusou hoje a autarquia, de maioria PSD, de “assobiar para o lado” quanto à demora de obras que estão a ser realizadas no concelho e que deviam estar concluídas “há já dois anos”.
Em comunicado enviado à Lusa, o presidente da Comissão Política socialista daquele concelho do distrito de Braga, Samuel Estrada, questiona se “a fiscalização tem sido feita por parte do município, de forma a acautelar o interesse municipal” e se existem cláusulas sancionatórias para os atrasos nos trabalhos.
Os socialistas referem-se às obras de requalificação da Escola Básica de Vila Verde, de reabilitação da antiga Adega e a requalificação da Escola Básica de Prado.
“É necessário que o executivo tome medidas imediatamente. Estamos a falar de obras que custam milhões de euros aos cofres de um município endividado. Está em causa dinheiro público, pelo que o executivo não pode, simplesmente, assobiar para o lado e fingir que nada se passa”, lê-se.
Para o PS, o caso “mais preocupante” é o da requalificação da Escola Básica da Vila de Prado que custará 1.457.705,43 euros ao município e cujo prazo para a sua conclusão estava previsto para abril de 2019: “A somar ao atraso, a obra tem apresentado inúmeras deficiências que têm sido comunicadas pela comunidade escolar”, refere o texto.
“A existência de apenas uma casa de banho para cerca de 439 alunos, salas de aula que apresentam sinais de desgaste, a sala de informática ter apenas uma tomada por cada posto de trabalho, a não existência de uma cobertura na entrada principal da Escola Básica de Prado e um pavilhão desportivo que apresenta infiltrações nos balneários, falta de vidros e fissuras no novo piso em madeira, o que impede a realização das aulas naquele local há um ano”, enumera.
Quanto à requalificação da Escola Básica de Vila Verde, o PS explica que esta obra tem orçamentado um custo de 1.321.620,00 euros e tinha como prazo de conclusão abril de 2019: “Sabemos que a obra está prestes a terminar, todavia, é de lamentar o atraso de quase dois anos”, aponta.
Já a requalificação da antiga Adega está orçada em 2.387.887,78 euros e devia estar concluída em maio de 2019. “Esta obra esteve durante largos meses ao abandono sentindo-se agora alguns sinais, ainda que tímidos, da presença do empreiteiro naquele espaço. Não compreendemos nem aceitamos que uma obra que custou tanto dinheiro aos cofres do município registe um atraso de quase 2 anos”, salienta o PS de Vila Verde.
A Comissão Politica socialista aponta “tentações eleitoralistas” ao executivo” que, diz, “tende a retardar todas as obras para o ano de eleições (objetivo que parece alcançado) mesmo que isso implique um sacrifício para a vida dos vilaverdenses e para os cofres do município que continuam a ser geridos numa lógica de bar aberto”.
A Lusa tentou obter uma reação do executivo a estas acusações mas até ao momento não obteve resposta.