PS/Barcelos critica presidente da Câmara por manter confiança em ‘vice’ condenado por corrupção

“Pela boca morre o peixe”, afirmam os socialistas
Foto: Barcelos Mais Futuro

A Concelhia de Barcelos do PS critica o presidente da Câmara, Mário Constantino, por manter a confiança no seu ‘vice’, Domingos Pereira, condenado por corrupção, recordando as suas declarações na campanha eleitoral garantido que pediria a qualquer vereador que fosse constituído arguido para que suspendesse o mandato.

“Mário Constantino, que parece gostar muito de falar e fazer o contrário do que disse, será apropriado dizer que ‘pela boca morre o peixe'”, pode ler-se no comunicado, assinado pelo secretariado da Concelhia, que é liderada por Miguel Costa Gomes, anterior presidente da Câmara.

Os socialistas recordam que os partidos (PSD e CDS) e o movimento de cidadãos (BTF) “que compõem a coligação de direita hoje no poder, foram implacáveis na censura a Miguel Costa Gomes, ex-presidente de Câmara eleito pelo PS, pelo facto de não ter abdicado do cargo que exercia quando foi constituído arguido, como se houvesse, tanto quanto sabemos, algum presidente da Câmara deste país que não tenha sido constituído arguido em um ou mais processos”.

Recorde-se que, em 2018, Miguel Costa Gomes foi detido e esteve em prisão domiciliária, suspeito de crimes de corrupção passiva e de prevaricação no âmbito da “Operação Teia”.

O PS lembra que, em declarações ao jornal Barcelos Popular, antes das eleições, Mário Constantino afirmou o seguinte: “Vocês querem um título e eu dou-vos já: qualquer vereador que seja constituído arguido no exercício de funções, peço para suspender o mandato”.

“E não cumpre a promessa eleitoral que para ele se tornara ponto de honra, porque perante o facto de o seu vice-presidente de Câmara ter sido condenado em primeira instância num caso de corrupção passiva com benefício patrimonial, Mário Constantino tem a desfaçatez de escrever em recente Comunicado da Presidência que ‘mantém a confiança pessoal e institucional’ no seu vice-presidente, pois que este irá recorrer ao Tribunal Superior“, criticam os socialistas.

“Ora, o que está aqui em causa não é, obviamente, a manutenção e até o reforço da confiança de um parceiro político, mas a escandalosa contradição entre o que Mário Constantino Lopes disse em campanha eleitoral do alto da sua suposta superioridade moral e o que faz na prática, que é completamente o contrário”, conclui.

Como O MINHO noticiou, Domingos Pereira foi condenado a perda de mandato e a uma pena de dois anos e dez meses de prisão, suspensa na sua execução, por crime de corrupção passiva. Em causa está o caso do envelope com dez mil euros apreendido pela PJ de Braga em casa do autarca, que terá ainda de pagar cinco mil euros a uma instituição particular de solidariedade social.

 
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