O bracarense suspeito de agredir um engenheiro brasileiro, em Braga, no dia 10 de junho de 2023, ficou em prisão domiciliária, controlado por pulseira eletrónica, como decidiu a juíza de instrução criminal, ao fim da tarde desta quinta-feira.
Para o arguido, Fábio Lemos, de 29 anos, natural e morador em Braga, o Ministério Público pedia prisão preventiva, mas a juíza concordou com a posição do advogado de defesa, João Ferreira Araújo, que tinha solicitado a prisão domiciliária, com pulseira eletrónica.
A vítima, Saulo Jucá, de 51 anos, engenheiro civil, com dupla nacionalidade, brasileira e portuguesa, fizera queixa na PSP, ao mesmo tempo que denunciou o caso, nas redes sociais e nos órgãos de comunicação social portugueses e brasileiros.
Segundo a queixa apresentada por Saulo Jucá, as agressões de que foi vítima foram-lhe sucessivamente infligidas por Fábio Lemos, dentro de um café, na Rua de António Marinho, da Urbanização das Fontainhas, em São Vicente, na cidade de Braga.
Saulo Ferreira Jucá disse ter sido agredido com socos e pontapés, “por confirmar ser de nacionalidade brasileira”, tendo ainda fugido para o balcão, enquanto a mãe de Fábio Lemos tentava segurar o filho, tal como o dono do café.
Depois de alegadamente agredido mesmo depois de caído no chão, Saulo Jucá terá afirmado que “se fosse no Brasil” Fábio Lemos “poderia levar um tiro”, pelas agressões acabadas de sofrer, altura em que, segundo referiu, voltou a ser agredido.
Após a publicação do caso, o visado nas queixas disse a O MINHO “ter agido apenas em legítima defesa quando ele me começou logo a agredir”, mas que “nunca atuei por motivo xenófobos ou por quaisquer outros do tipo discriminatórios”.
Mas a Esquadra de Investigação Criminal da PSP de Braga apurou a versão bem diferente, e o arguido está indiciado por ofensas corporais agravadas, contra o engenheiro brasileiro, que sofreu ferimentos por diversas partes do corpo.
“Gil Ranger” com apresentações trissemanais na PSP
Entretanto, um segundo detido, “Gil Ranger”, também de Braga, suspeito de ter participado nas agressões a um homem, com quem Fábio Lemos, se tinha desentendido, em 01 de janeiro de 2023, foi hoje libertado, com apresentações trissemanais da PSP.
Gilberto Martins (“Gil Ranger”), de 32 anos, nascido na Póvoa de Lanhoso e morador em Braga, é suspeito de em 03 de janeiro de 2023, com Fábio Lemos, terem agredido um homem, danificando o seu carro, também em Braga.
Nesses incidentes, ocorridos na Rua Doutor Feliciano Ramos, da Urbanização das Fontainhas, freguesia de São Vicente, em Braga, o queixoso, Nuno S., afirma ter sido agredido quando ainda estava no automóvel.
A vítima sofreu traumatismo craniano, tendo sido assistido no Serviço de Urgência do Hospital Central de Braga, onde estavam os alegados agressores, Fábio Lemos e “Gil Ranger”, ambos à espera, com mais dois homens não identificados.
Posteriormente, Nuno S. acabaria por ser indemnizado, em cerca de três mil euros, por parte de Fábio Lemos, relativamente aos danos causados no seu automóvel, de marca e modelo Seat Leon, pelo que desistiu logo das queixas.
