O presidente do PSD, Luís Montenegro, vai participar na reunião de sexta-feira com o primeiro-ministro sobre o novo aeroporto acompanhado do vice-presidente do partido Miguel Pinto Luz
Numa curta nota à imprensa, o PSD informa que “Luís Montenegro reúne com o primeiro-ministro”, na sexta-feira, tal como tinha sido anunciado na quarta-feira por António Costa, em resposta a uma carta enviada pelo presidente do PSD.
“O presidente do PSD, Luís Montenegro, e o vice-presidente Miguel Pinto Luz reúnem amanhã, 23 de setembro, pelas 17:00, na residência oficial do primeiro-ministro António Costa. Assunto: novo aeroporto”, acrescenta o comunicado dos sociais-democratas.
Na quarta-feira, Montenegro divulgou uma carta ao primeiro-ministro, em que dá conta da conclusão do processo de audições e reflexão interna que o PSD estava a fazer desde julho e transmite as cinco condições do partido para concordar com a metodologia a seguir sobre a futura solução aeroportuária na região de Lisboa.
A “realização imediata” de uma Avaliação Ambiental Estratégica (AAE), concluída no prazo de um ano, para as opções Montijo, Alcochete “e qualquer outra que o Governo ou a estrutura encarregue de fazer a AAE decidam fundamentada e tecnicamente incluir” é uma das premissas colocadas por Montenegro.
Depois, o presidente do PSD pede que esta avaliação seja entregue “a personalidades de reconhecido mérito técnico, académico e científico” e que seja acompanhada de uma análise comparativa dos custos e prazos de execução de cada uma das localizações em estudo, incluindo as “infraestruturas conexas, complementares” necessárias.
Nas conclusões transmitidas a António Costa, o líder social-democrata reitera ainda a necessidade de se iniciarem, de imediato, as obras de requalificação do aeroporto Humberto Delgado e de valorizar seja os aeroportos que servem a região Norte e Algarve e o aeródromo e Cascais.
Na carta, o líder do PSD já informava o primeiro-ministro que “o interlocutor técnico” do partido nesta matéria será o vice-presidente Miguel Pinto Luz.
Ainda assim, Montenegro sublinhou que o diálogo “se manteve e manterá ao nível político, circunscrito ao primeiro-ministro, de um lado, e ao presidente do PSD, do outro”, num texto em que faz críticas ao despacho emitido pelo Ministério das Infraestruturas — depois revogado por António Costa — e sem nunca se referir ao presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, que já disse não prescindir de “um lugar à mesa” nesta discussão.
Pouco depois, o gabinete do primeiro-ministro emitia um comunicado em que anunciava uma reunião com o presidente do PSD na sexta-feira, em São Bento, com a presença do ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, após registar “total disponibilidade” de Luís Montenegro para convergência sobre o novo aeroporto.
Em relação à carta de Luís Montenegro, “quanto ao essencial”, António Costa salienta ter registado a reafirmação da “total disponibilidade para se alcançar a maior convergência possível” sobre “a estratégia de desenvolvimento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa” e, em especial, “da aceitação recíproca da metodologia a seguir”.
A única reunião pública entre António Costa e Luís Montenegro aconteceu em 22 de julho e prolongou-se por três horas e meia, tendo sido abordados “temas diversos”, entre os quais o futuro aeroporto, segundo o primeiro-ministro.
Numa entrevista recente à TVI/CNN, António Costa adiantou que está muito perto de ter um entendimento com o PSD sobre “a metodologia” a seguir para a localização do novo aeroporto de Lisboa, de modo a tomar uma “decisão definitiva” no final de 2023.