Um golo do ‘bracarense’ Éder, aos 110 minutos, levou hoje a Cidade dos Arcebispos à loucura e às lágrimas festejando a conquista de Portugal do Campeonato da Europa de futebol de 2016.
Aos 78 minutos, na substituição mais ousada de Fernando Santos em todo o torneio, a entrada de Éder para o lugar de Renato Sanches motivou muitos aplausos na multidão, talvez lembrando o seu passado recente no Sporting de Braga, talvez uma premonição do que viria a acontecer.
Dois minutos depois de Raphael Guerreiro ter enviado a bola à barra na conversão de um livre direto, o ponta de lança português de 28 anos, que jogou nos franceses do Lille na última época, marcou o golo que deu o título europeu à seleção nacional.
As cerca de cinco mil pessoas presentes no mini estádio instalado no Largo do Pópulo, no centro da cidade, foram ao rubro, explodindo em gritos de “Portugal!”.
Nos restantes 10 minutos de jogo já ninguém se sentou, muito menos Angélica Peixoto Pereira, 39 anos, lusodescendente nascida já em França, filha de minhotos da Póvoa de Lanhoso.
Num português perfeito, dizia à agência Lusa no intervalo da partida que queria muito uma vitória de Portugal “para ver o país e os portugueses felizes”.
De férias em Portugal, bate no peito: “Só trabalho lá, os meus valores estão aqui”.
Depois de ter tentado prosseguir em campo após uma entrada dura de Payet, nos instantes inicias do jogo, Cristiano Ronaldo saiu aos 24 minutos.
Angélica não conteve as lágrimas, tal como muitos, tal como o ‘capitão’ de Portugal.
“Chorei, mas agora a seleção tem que mostrar que consegue ganhar sem ele”, atirou. E Portugal ganhou.
Terceiro prolongamento para Portugal na competição, depois da Croácia e Polónia, e muitos sorrisos nas bancadas: “já ganhamos”, ouviu-se.
A plateia, que aplaudiu as defesas de Rui Patrício quase como de golos se tratassem, cantou no final, a todos os pulmões, o hino nacional, fazendo adivinhar uma noite de festejos por toda a cidade.