Poluição de pedreiras deixa ribeira cor de cal em Guimarães

Poluição
Foto: Rui Dias / O MINHO

Ao longo dos últimos dias a ribeira de Ribeiral, em Souto Santa Maria, Guimarães, corre tingida de branco, como se fosse cal. A situação aconteceu na sexta-feira, dia 11, voltou a repetir-se no domingo, dia 13, e mantinha-se, na segunda-feira, dia 14.

De acordo com a proprietária de um café no centro da freguesia, perto da igreja, junto do leito da ribeira, “é sempre assim quando está mau tempo, aproveitam a chuva para fazer as descargas”. De acordo com esta comerciante, “acontece mais ao fim de semana”. 

Sofia afirma que onde a situação se nota mais “é na zona dos moinhos, onde se formam umas poças e a água fica mais parada”. A moradora tirou fotografias e já apresentou a situação à Junta de Freguesia.

O presidente da Junta, Manuel Fernando Cardoso, reconhece o problema e afirma que “não é de agora”. De acordo com o testemunho do autarca, é um problema antigo e já foi reportado às autoridades diversa vezes. O presidente da Junta não tem dúvidas sobre a origem da poluição da ribeira. “Ali para cima só há uma pedreira, não há mais nenhuma. Esta água vem uma da pedreira, disso não há nenhuma dúvida”, afirma convicto.

Manuel Cardoso conta que, noutra altura em que a ribeira também corria poluída, seguiu o leito pela encosta, até chegar à origem daquela água branca, cor de leite, portanto, não lhe resta qualquer dúvida.

Em tempos, o presidente da Junta reconhece que manteve contatos com a administração da Britaminho – a única pedreira a montante do local poluído –, mas as negociações encerraram sem que o problema fosse resolvido.

Na opinião de Manuel Cardoso, desta vez está a ser pior porque já se prolonga há vários dias.

O autarca queixa-se da falta de atuação das autoridades, “que já foram avisadas várias vezes, por telefone”. Sem resposta por parte da GNR e com situação a manter-se o presidente afirma ter feito uma queixa por escrito ao SEPNA, do Destacamento da GNR de São Torcato. “Desta última vez queixamo-nos também à Câmara, porque isto está a durar muitos dias seguidos”, afirma Manuel Cardoso.

A GNR confirma que esteve no local na sexta-feira, dia 11, e que tem uma suspeita sobre a origem da água poluída, mas afirma que é prematuro dizer que é uma descarga, “pode ser uma escorrência”. Relativamente ao histórico de queixas e a possíveis autos levantados, a GNR não conseguiu, em tempo útil, informar sobre o assunto. A Câmara Municipal reconhece que foi informada e que está a trabalhar em articulação com o SEPNA da GNR.

A administração da Britaminho, não quis prestar declarações sobre o sucedido.  

 
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