As poeiras em suspensão que por estes dias acercam-se da Península Ibérica provenientes das zonas cálidas do deserto do Saara, no continente africano, já chegaram ao Minho durante a tarde de hoje, provocando um efeito fusco nos céus. Porém, a partir desta noite, a profundidade destas partículas nocivas para a saúde irá aumentar na região, podendo ocorrer chuva de lama caso se origine alguma precipitação. O episódio deverá abrandar a partir do final de terça-feira.
Segundo o mapa de previsões para aerossóis do sistema europeu Copernicus (CAMS) – programa oficial da União Europeia que monitoriza e divulga informação acerca da atmosfera com recurso a satélites -, consultado este domingo por O MINHO, a intensidade das partículas arrastada por correntes irá aumentar a partir das 00:00 horas na zona do Porto e de Braga, intensificando-se em toda a região ao longo das próximas 48 horas. O céu só voltará a ficar livre destas partículas na quarta.
Períodos de seca e aumento da desertificação fazem aumentar a probabilidade de fenómenos destes, que fazem diminuir a qualidade do ar nas regiões afetadas, sobretudo no caso de as nuvens de poeira passarem a baixa altitude, podendo intensificar problemas respiratórios em doentes crónicos, crianças e idosos.
O poluente PM10 presente nas poeiras tem efeitos na saúde humana, principalmente na população mais sensível, nomeadamente crianças e idosos e que, por esse motivo, os cuidados de saúde devem ser redobrados durante a ocorrência destas situações, apelando-se a que os grupos de risco permaneçam em casa e evitem abrir janelas.
A Direção Geral da Saúde recomenda que a população em geral “deve evitar os esforços prolongados, limitar a atividade física ao ar livre e evitar a exposição a fatores de risco, tais como o fumo do tabaco e o contacto com produtos irritantes”.
Para terça-feira é esperado também um aumento na intensidade de circulação de partículas finas PM2.5 na atmosfera da costa Norte da Península, afetando diretamente a região do Minho. Este tipo de partículas são pequenas o suficiente para serem inaladas e prejudicaram o sistema respiratório da população. São provocadas pelas poeiras, por incêndios ou outras formas poluentes, naturais ou provocadas por mão humana.