O alegado pedófilo de Viana do Castelo, um explicador já reincidente, teve de ser transferido da Cadeia de Braga, durante esta quarta-feira, por razões de segurança e tranquilidade, para o Estabelecimento Prisional de Santa Cruz do Bispo, em Matosinhos.
Segundo apurou O MINHO, a presença do recluso no presídio bracarense foi só por poucas horas, uma vez que a população recluída apercebeu-se logo de quem se tratava o novo preso, pelo que se temia eventual “justiça popular”.
O código de honra entre os reclusos manda sovar severamente, até ao extremo, os “violas” (como são conhecidos na gíria das penitenciárias portuguesas os violadores, pedófilos e todo o tipo de abusadores sexuais), bem como os homicidas de mulheres.
Para acautelar possíveis alterações do ambiente interno da Cadeia Regional de Braga, a Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, preventivamente, transferiu para a referida prisão matosinhense o alegado pedófilo reincidente de Viana do Castelo.
Abusou de dois jovens
Tal como O MINHO noticiou, o explicador de matemática, de 48 anos, residente em Viana do Castelo, foi detido esta semana pela Polícia Judiciária de Braga por suspeitas de crimes de abuso sexual de menores dependentes ou em situação vulnerável.
O arguido ficou em prisão preventiva, após ter sido detido segunda-feira pela PJ.
Segundo aquela polícia, o suspeito, “valendo-se da atividade de apoio ao estudo, que desenvolvia em instalações arrendadas para o efeito, terá alegadamente abusado de, pelo menos, dois menores, com 14 e 15 anos de idade, entre maio de 2023 e janeiro do ano corrente”.
O suspeito já tem antecedentes por diversos crimes de abuso sexual de criança e atos sexuais com adolescente, tendo sido condenado a cinco anos de prisão, com pena suspensa.
“A pena tinha sido extinta precisamente no mês em que iniciou os novos abusos agora em investigação”, refere a PJ.
O Tribunal de Viana do Castelo, em abril de 2018, condenou o explicador a cinco anos de prisão, com pena suspensa pelo mesmo período, por um total de 82 crimes de abuso sexual de criança e ainda por seis crimes de atos sexuais com adolescentes.
O acórdão, que colheu então um voto de vencido, de um dos três juízes que integrou o Tribunal Coletivo que julgou o caso, determinou que o homem, também professor de karaté, ficasse obrigado a receber acompanhamento psicológico e psiquiátrico.
Aquele explicador ficou também com permissão apenas para “dar explicações, ter contacto ou participar em atividades que envolvem maiores de 16 anos, de ambos os géneros”, mas segundo as investigações da PJ de Braga, o suspeito reincidiu logo.
O arguido foi ainda condenado ao pagamento de indemnizações entre os 400 e os 3.600 euros, pelos crimes praticados entre os anos de 2013 e de 2015, tendo o caso sido conhecido a 06 novembro de 2015, após denúncia apresentada pelos pais de uma das crianças que frequentava então as explicações dadas pelo arguido, foi detido pela PJ de Braga a 21 de novembro de 2015.