O PCP de Esposende denunciou hoje a existência de poços “sem qualquer proteção” no concelho, lembrando que é uma situação denunciada há 15 anos e que, embora a autarquia tenha sinalizado 400 daqueles buraco, “nada mais aconteceu”.
Em comunicado enviado à Lusa, o PCP refere ainda que propôs na Assembleia Municipal a elaboração de uma carta de risco municipal, “com uma feição marcadamente preventiva, mas que contemplasse também estratégias de atuação/intervenção em caso de emergência/catástrofe”, proposta que foi recusada.
Segundo explica o texto, “durante muitos anos, a intensa atividade agrícola, marcada, designadamente pela produção de produtos hortícolas, levou à abertura de muitos poços como forma de assegurar o regadio das culturas (?) com particular enfoque nos campos localizados na faixa mais litoral do concelho”.
“Com o definhar da agricultura e o consequente abandono da terra, muitos destes poços deixaram de ser utilizados. Durante muito tempo, e até aos dias de hoje, muitos deles, cobertos pela vegetação que cresce, têm constituído um verdadeiro perigo”, continua.
O PCP refere que “a Câmara, através da fala de um técnico responsável pelo serviço municipal de proteção civil, informou que havia procedido à sinalização de cerca de 400 poços a céu aberto sem qualquer vedação”.
No entanto, apontam “pelo que é do conhecimento público nada mais terá acontecido e o problema continua a existir”.
“Sempre o PCP interveio e alertou para o assunto, nunca desistimos de o fazer, enquanto outros com responsabilidades políticas e mesmo com competências no plano da proteção e segurança continuam a assobiar para o lado, como se esta situação problemática e tão grave não existisse”, salienta o texto.
Além dos poços, os eleitos pela CDU chama a atenção para “a falta de um veículo (com escada) que permita aceder, por exemplo, aos pisos superiores das Torres de Ofir, situação complicada, em caso de emergência”, para “o problema do perigo de derrocadas nas vertentes da arriba fóssil”.
A Câmara reconhece o problema, mas salienta que se trata de áreas privadas e que a situação se deve ao “abandono generalizado da atividade agrícola” naquela zona. Acresce que muitos dos terrenos estão em “processos de partilhas e não se consegue identificar os proprietários”, afirmou o presidente Benjamim Pereira, em entrevista à TVI.