Artigo de João Magalhães
Advogado bracarense critica Conselho de Deontologia da Ordem por ter critérios diferentes, uns, restritivos, para os do Norte e outros, de liberalidade, para os de Lisboa
Endereço aqui os meus cumprimentos e os meus parabéns ao Dr. Pedro Delille, Ilustre Colega, bem como ao falecido Dr. João Araújo, ambos advogados de José Sócrates. Endereço os meus parabéns, por razões que são as menos óbvias, ou seja, acima de tudo pela dignidade e pela resposta elegante que deram a todos os advogados de Lisboa que, desde há dias, aparecem nos meios de comunicação a transformar a vitória desses advogados em derrota.
Não posso deixar de estranhar que a peneira deste Conselho de Deontologia do Norte da Ordem seja tão apertada que não tenha visto esta gravíssima ingerência no patrocínio do Dr. Pedro Delille. Não me resta senão achar que, para poder falar na televisão sobre os processos dos Colegas que não dos do próprio, é preciso ser Advogado em Lisboa.
Com a tão apertada teia do Conselho de Deontologia do Norte, a única coisa que se pode concluir é que ficam os Advogados do Norte arredados de poder ter visibilidade mediática sobre as suas vitórias e, muito mais ainda, sobre as dos outros.
Ou seja, o Conselho de Deontologia do Porto, que me condenou por falar sobre um processo que é meu, e, diga-se, ouvi também muitos colegas, de Lisboa, claro, a falar sobre processos meus, e de um pelo qual esse Conselho me condenou, (e que ainda assim parece que, judicialmente, vou ser absolvido), discrimina, tolhe e impede os advogados do Norte de serem tratados mediaticamente com os direitos e liberdades que os lisboetas têm, monopolizando para si todo o protagonismo e visibilidade.
Discriminação
Alguma coisa tem de ser feita sob pena de os Advogados do Norte terem um tratamento discriminador e o Conselho de Deontologia do Porto estar a permitir que Advogados do Norte sejam impedidos de ter a visibilidade mediática que foi a “feira de vaidades” lisboeta de
Colegas a derrotar a vitória do Dr. Pedro Delille. Independentemente dessa vitória, o que é facto é que os Advogados do Norte que foram conquistando, pela competência, um espaço que a Lisboa não convém vêem-se arredados de espaços e mediatismo que este Conselho retira a todos, a todos, os Advogados competentíssimos do Norte.
Já a própria criação do DCIAP acarreta por si só um favorecimento desmesurado dos Advogados da capital em torno de Lucius Antonius Rufus Appius levando a que todas as criticas de todos os processos e todos os Advogados se concentrem em Lisboa, a que acresce a inaceitável dança mediática vedada por este Conselho de Deontologia, com condenações, até no meu caso pessoal, por falar em defesa do meu Cliente, alvo dos ataques mediáticos dos Colegas lisboetas, que falaram o triplo de mim, porque estavam em Lisboa à beira dos canais televisivos mediáticos, e que nem um processo disciplinar tiveram.
Portanto, ou esse conselho é do Norte e não prejudica os Advogados do Norte ou tem que, necessariamente, agir sobre as gritantes e desmesuradas diferenças com que os Advogados de Lisboa prejudicam os do Norte.