A oposição na Câmara de Braga criticou esta segunda-feira as obras na Rua Nova de Santa Cruz, considerando que foram “desastrosas, mal executadas e mal pensadas” e acusando a maioria no executivo PSD/CDS-PP/PPM de um “claro desconhecimento da realidade“.
Na habitual conversa com os jornalistas no final das reuniões do executivo, PS e CDU apontaram o dedo à intervenção naquela artéria da cidade, nomeadamente ao facto de os transportes públicos circularem num só sentido, ao “estacionamento caótico e à circulação caótica” que defenderam resultar daquela obra.
Em resposta, o presidente da autarquia, Ricardo Rio, lembrou que não é possível agradar a todos e considerou que a intervenção, que teve um custo de 458 mil euros, deu àquela artéria “todas as condições de segurança” que a autarquia desejava para peões e ciclistas e reforçou as condições de mobilidade pedonal e por bicicleta, o que terá implicações positivas na “fluidez” do transporte público.
“A Rua Nova de Santa Cruz é uma obra muito mais cromática do que propriamente efetiva, do ponto de vista funcional a obra não resulta. Não aumentou a capacidade efetiva de tráfego, do ponto de vista pedonal as pessoas não percebem o conceito e não resulta porque a obra é um fiasco total“, afirmou o vereador do PS, Artur Feio.
No mesmo sentido falou o vereador da CDU, Carlos Almeida: “Há um caos no estacionamento, há um caos na circulação das viaturas. Os comerciantes estão claramente pior servidos, a circulação pedonal é pior, o estacionamento é caótico e a circulação de transportes públicos, quando devia ter sido privilegiado ficou para segundo plano”, enumerou o comunista.
Segundo a CDU, “está aos olhos de todos perceber que foi um projeto desastroso, mal executado, mal pensado, mal acompanhado e com resultados catastróficos”.
Uma das principais críticas prendeu-se com a circulação dos transportes públicos, que se fará apenas num sentido (cidade/ periferia).
O vereador deixou ainda outra crítica ao executivo: “Há um claro desconhecimento da realidade e era preciso que estes senhores vereadores saíssem dos gabinetes, dos ‘flashes’ das fotografias e fossem de facto ao terreno conhecer a realidade, falar com as pessoas, com os comerciantes, com os utilizadores dos transportes públicos e talvez percebessem que a obra ficou muito pior”, disse.
Para o presidente da autarquia, porém, o processo “tem sido marcado por alguma extemporaneidade nas próprias críticas”, lembrando que “não se pode analisar o resultado de uma obra enquanto ela está a decorrer”.
Para o autarca, “a solução que hoje está prestes a ser concluída vai dar àquela rua todas as condições de segurança para os pões e ciclistas, vai reforçar as condições de mobilidade por essas duas vias e vai garantir um acesso seguro e mais fluido para o transporte público”.
Ricardo Rio defendeu a obra, explicando que não se pode agradar a todos e que é possível apanhar o autocarro no sentido que não corre naquela rua a 50 metros.
“Temos que ter a consciência que não podemos satisfazer todas as pretensões das pessoas. Todos os comerciantes gostariam de ter um lugar de estacionamento à porta, todas as pessoas gostariam de apanhar o autocarro à porta de casa. Por vezes é necessário produzir soluções que sejam as ideais para o conjunto, mas que vão penalizar este ou aquele cidadão“, referiu.