Omar Hazaa é um dos 17 refugiados que chegou a Guimarães através do programa “Guimarães Acolhe”.
Com 21 anos de idade, o jovem foi obrigado a fugir da Síria e vive, atualmente e desde fevereiro deste ano, numa pensão na Rua das Trinas, na cidade vimaranense, com o seu pai, um irmão e outras duas famílias. Para trás deixou a sua mãe e outros dois irmãos, que se encontram na Turquia à espera de autorização para seguir viagem para Portugal.
“Não os vejo há mais de um ano e tenho muitas saudades deles. Especialmente da minha mãe, sinto muito a falta dela”, confessou o jovem, em declarações à TSF.
Na Síria, Omar estudava Engenharia Mecânica. Hoje em dia, o jovem, que afirma que gostaria de voltar à universidade e estudar outras coisas, como Gestão ou Comunicação, trabalha num restaurante de uma cadeia norte americana de fast food, em Guimarães, e está feliz por ter o seu próprio dinheiro e conseguir gerir a sua vida.
“Tudo é novo para mim e todos os dias há coisas novas para aprender. E é muito bom ter o meu próprio dinheiro. Não gosto de pedir nada a ninguém e neste momento posso comprar as minhas coisas e viver a minha vida”, contou.
Alberto Matos, empresário que deu trabalho a Omar, referiu que a adaptação do jovem refugiado não teve dificuldades, uma vez que o mesmo falava inglês e os restantes funcionários estão habituados a essa língua.
Já no que diz respeito ao Português, o grupo de refugiados que chegou à cidade, ao abrigo do programa “Guimarães Acolhe”, começou a ter aulas de Língua Portuguesa logo nas primeiras semanas após ter chegado a Guimarães.
Segundo Fernando Teixeira, um dos professores voluntários da iniciativa, este grupo, que chegou a Portugal em fevereiro, já entende bem a língua, apesar de não conseguir ainda ter uma conversa completa.
“O me dá mais prazer é constatar que ao fim de quatro meses, apesar de ainda não conseguir ter uma conversa completa com eles em português, já entendem bem a língua. O Omar já percebe bem as conversas mas ainda tem falta de vocabulário, o que é perfeitamente normal“, assinalou.
O acolhimento de refugiados, representado na cidade berço pelo plano “Guimarães Acolhe”, é descrito por Paula Oliveira, vereadora do município de Guimarães, como um desafio que merece respostas.
“O acolhimento de refugiados é um grande desafio que exige respostas e que no nosso caso estão a correr bem, com a colaboração deste consórcio de entidades que contribui para uma integração efetiva destas pessoas. Satisfazer as necessidades básicas é importante mas a alimentação e o alojamento, sendo primordiais, não bastam”, assinalou a vereadora.
O plano “Guimarães Acolhe” já recebeu 17 refugiados, contudo está preparado para a recepção de 45.
Fique a par das Notícias de Guimarães. Siga O MINHO no Facebook. Clique aqui