A obra “Graduated Ribbons”, da belga Leïla Pile, foi distinguida com o Prémio de Aquisição da Exposição Internacional na Bienal de Arte Têxtil Contemporânea Contextile, a decorrer em Guimarães, até 30 de outubro.
“Graduated Ribbons” (“fitas graduadas”, na tradução do inglês) é uma instalação composta por fitas tecidas e desenhos e vai ser adquirida pelo Município de Guimarães, anunciou a organização em comunicado.
Leïla Pile inspirou-se no Antigos Matadouros de Mons, “onde as calhas estão suspensas. Os ganchos que estão pendurados circulam ao longo de 200 metros. No século XIX tinham a função de distribuir e organizar o espaço. Eram utilizados para mover as carcaças”, refere a organização da Contextile.
No trabalho de Leïla Pile, as seis fitas são concebidas de acordo com um protocolo de três cores, o vermelho é sobreposto à alternância cru/preto que corresponde a todas as secções de calhas de ponta a ponta.
Enroladas, a borda das fitas revela “o ritmo e a vibração dos segmentos coloridos”.
O júri internacional, composto por Lala de Dios (curadora e professora de têxtil), Janis Jefferies (professora de artes visuais e curadora), Monika Grasiené-Zaltê (artista têxtil e curadora), Orenzio Santi (professor e artista têxtil) e Cláudia Melo (diretora artística da Contextile 2022), também distinguiu com menções honrosas as obras “The Shopping Bags of Tartarus”, da finlandesa Arja Kärkkäinen, “Flashlight & Turn it off”, da chilena Estefanía Tarud, “Plastic Textile”, dos italianos IPER-collettivo, e “Ativando Guimarães”, da brasileira Vania Sommermeyer.
Contando, mais uma vez, com a parceria e o apoio do Município de Guimarães e da DGArtes, bem como da indústria têxtil, a Contextile 2022 ocupa vários espaços culturais e áreas públicas da cidade, tendo por referência a exposição internacional com 50 obras, de 50 artistas, selecionados por um júri internacional.
A esta somam-se, entre outras iniciativas, a intervenção artística em espaço público do artista ganês Ibrahim Mahama e a exposição “O têxtil na arte portuguesa”, que contempla obras de 10 artistas que incluíram o têxtil nas suas práticas artísticas, como Ana Vieira, António Barros, Eduardo Nery, Gisella Santi, Joana Vasconcelos, João Pedro Vale & Nuno Alexandre Ferreira, José de Guimarães, Leonor Antunes, Lourdes Castro e Margarida Reis.
A 6.ª edição da Contextile, que começou no sábado, prolonga-se até 30 de outubro, com trabalhos de 54 artistas internacionais e de dez portugueses, espalhados por 15 locais da cidade.