Declarações após o jogo da 32.ª jornada da I Liga de futebol entre SC Braga e Casa Pia (4-3), que decorreu hoje em Braga.
Rui Duarte (treinador do SC Braga): “O segredo foi nunca deixar de acreditar. Até entrámos bem, até aos 25 minutos conseguimos controlar bem o jogo, mas depois parece que caímos na tentação de circular a bola e ter mais posse de bola, mas sendo pouco agressivos e, quando a perdíamos, estávamos mal posicionados para a recuperar. O Casa Pia, que joga bem, foi crescendo no jogo e perdemos um pouco a tranquilidade.
Na segunda parte, tentámos reagir porque o jogo estava amorfo, tentámos ter um pouco mais de paixão no que fazíamos, com e sem bola, sermos mais agressivos, mas voltámos a não entrar bem, adormecidos. O segundo golo do Casa Pia é caricato, com o jogador a transportar a bola 30 ou 40 metros sem oposição e a rematar rasteirinho. Caímos, mas depois levantámo-nos como uns verdadeiros guerreiros, mostrámos muita alma e muita vontade de ganhar. Ficámos a ganhar 3-2 com toda a justiça, mas depois levámos outra ‘paulada’ com o 3-3 e a expulsão. Passámos por momentos difíceis outra vez, mas voltámos novamente a mostrar que estamos aqui para a luta e que somos uma verdadeira família. Foi uma grande vitória.
Bipolaridade da equipa? Tem muita a ver com a identidade, não é novo. Mas, podemos não jogar muito bem, mas temos que mostrar crença e alma para ultrapassar os obstáculos, temos que correr, não há outra forma de ganhar jogos, sofrer pelo colega que está ao lado. Nem me sinto bem a ver [quando a equipa não joga assim], é difícil. Temos que corrigir o que não está bem.
Há que valorizar esta vitória, cheia de caráter e que nos dá esperança de lutar até ao fim. Temos que fazer um jogo mais apaixonado, de risco, de fazer faltas, isso faz parte do jogo. Não fui eu que fiz este plantel, nem tive oito meses à frente da equipa, mas é preciso tempo e não há milagres.
A saída do Banza foi uma opção técnica. O Abel [Ruiz] tem treinado muito bem e foi o homem do jogo. Mostrou muita paixão e vontade em ajudar a equipa, depois de estar de fora por castigo. O Pizzi também entrou muito bem, tal como todos os que entraram ajudaram.
A minha expulsão deveu-se simplesmente por abrir os braços. A falta é a nosso favor. Não tenho nada contra a arbitragem, mas tem acontecido em todos os jogos, desde o penálti com o Vizela, a expulsão com o Benfica. Nem lhe disse nada, apenas fiquei espantado por marcar falta, nem tenho cabeça para ser mal-educado com ninguém, vocês sabem que não estou a atravessar um bom momento, mas tento manter a calma dentro do possível. Agora, vivo o jogo de forma apaixonada, vou meter os braços nos bolsos? Não sei o que fiz para ser expulso”.
Gonçalo Santos (treinador do Casa Pia): “Foi um excelente jogo de futebol, valeu cada cêntimo do bilhete e do tempo das pessoas que assistiram em casa, com muita incerteza no resultado, é destes jogos que a gente precisa, com equipas com esta vontade de jogar para ganhar.
Com o objetivo cumprido, a equipa soltou-se durante o jogo, com bola fomos superiores em muitas alturas do jogo. Fizemos um grande jogo e esta é a imagem do Casa Pia e que queremos ver mais vezes.
(O que faltou para segurar o empate com mais uma unidade) Fizemos alterações para tentar o 4-3, não tínhamos nada a perder, não queríamos o empate, mas o Braga fez um grande golo fora da área, aliás dois grandes golos fora da área, faz parte. Essa definição e os detalhes nesses remates é que fizeram a diferença e que fez com que o resultado fosse favorável ao Braga, porque fomos a equipa mais confortável durante todo o jogo. O Braga é uma grande equipa, que luta por competições europeias, tem grandes individualidades e isso faz toda a diferença. Mas fizemos três golos aqui, o que não é para todas as equipas e o que demonstra a nossa qualidade”