Um novo visto destinado aos nómadas digitais vai entrar em vigor no deste mês de outubro, foi publicado em Diário da República. Basicamente, para aceder ao documento, o candidato precisar ter um salário quatro vezes maior que o salário mínimo, ou seja, 2.820 euros por mês.
Além de apresentar o contrato de trabalho (ou promessa, ou até mesmo declaração do empregador a comprovar o vínculo laboral), o candidato deve mostrar os rendimentos médios mensais dos últimos três meses.
Em casos de profissionais com atividades independentes, os candidatos devem apresentar um contrato de sociedade ou contrato de prestação de serviços ou proposta de contrato de prestação de serviços.
Segundo Gonçalo Hall, CEO da NomadX, esta é a forma legal de trazer nómadas digitais, que até então utilizavam visto de turista ou o modelo D7, principalmente destinado a reformados.
Em declarações reproduzidas pela Visão, Hall ainda diz que Portugal está a atrair mais pessoas interessadas, nomeadamente norte-americanas, e o próximo objetivo é descentralizar, ou seja, mostrar que há muito mais do que Lisboa ou Porto.
O Minho já contou com algumas iniciativas para incentivar a chegada destes profissionais. Em 2020, por exemplo, 11 nómadas digitais participaram na primeira edição da Remote Tour Portugal, que se realizou em Esposende, mostrando que o trabalho remoto permite a liberdade de viajar sem deixar de trabalhar.
Os participantes tiveram oportunidade de navegar no rio Cávado, na barca da Proriver, ocasião em que experienciaram alguns produtos da região, complementando o conhecimento do território, com passeios de bicicleta cedidas pela Propedal Esposende, mergulhando nas piscinas Foz do Cávado e percorrendo os passadiços junto ao rio.
Em julho deste ano, alunos do Politécnico de Viana desenvolveram um projeto para atrair nómadas digitais para aldeias de montanha, com o objetivo de combater a desertificação nas zonas rurais do Norte. O “Rurality for Digital Nomads” foi o vencedor da 3.ª edição do Link Me Up 1000 ideias.
Com o projeto, os alunos tiveram a oportunidade de conhecer a realidade das aldeias de montanha, sobretudo as do concelho de Melgaço. Um contacto direto que permitiu à equipa identificar pontos forte e menos fortes.
Os alunos concluíram com o trabalho realizado no terreno que será igualmente necessário “atribuir benefícios fiscais concretos para estes nómadas digitais, conceder subsídios às famílias para se instalarem nestas aldeias e reforçar a tecnologia, nomeadamente o acesso à internet, para que os nómadas digitais possam trabalhar”.