Novo treinador do Famalicão acusado de assédio psicológico. Foi absolvido pela Federação

Há também relatos de racismo e xenofobia

Depois do caso do treinador Miguel Afonso – acusado e suspenso pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF) por assédio sexual – o FC Famalicão volta a estar debaixo de polémica. O novo técnico da equipa feminina, Marco Ramos, foi acusado de assédio psicológico, racismo e xenofobia quando orientava o Clube Atlético Ouriense, avança hoje o jornal Público.

A FPF investigou o caso que remonta à época 2021/2022 e absolveu o treinador.

Victoria Markowicz Gerard, ex-jogadora de futebol e que foi orientada por Marco Ramos no clube de Ourém, denuncia que o treinador “tratava as jogadoras muito mal de um modo geral, com muita falta de educação, rispidez e grosseria”.

“Nunca tinha visto um técnico tratar pessoas daquela forma”, lembra, sublinhando que, com o tempo, “começou a discriminar em particular as brasileiras e outras jogadoras, também em função da cor da pele”, afirma a jogadora ao Público.

De acordo com a jogadora brasileira, o treinador usava expressões como “macaco”, “aquela brasileira do caralho”, “aquela preta”, “tinham de ser essas merdas de brasileiras” ou “essa raça do caralho”.

Victoria diz ter sido pessoalmente brindada com expressões como “brasileira do caralho”, “brasileira de merda” ou “porque não voltas para o teu país”. Após os factos relatados, abandonou o futebol e está a sofrer uma depressão.

A jogadora apresentou queixa junto da FPF e a Secção Não Profissional do Conselho de Disciplina instaurou um processo de averiguações a 30 de dezembro de 2021. No final de maio deste ano, a FPF considerou “existirem indícios suficientes da prática de infrações disciplinares” e deduziu, a 22 de julho, acusação contra os arguidos Clube Atlético Ouriense, Marco Ramos e Tânia Alexandre Pereira de Sá, diretora do clube.

A defesa do treinador respondeu e negou “veementemente a ofensa, por qualquer meio de expressão, da dignidade de qualquer jogadora” do clube de Ourém “em razão da respetiva nacionalidade, etnia, território de origem ou outro”.

Marco Ramos afirmou que Victora “nunca foi exposta” a qualquer tipo de violência verbal. “O arguido Marco Ramos não proferiu os impropérios de que vem acusado, nem ofendeu a dignidade de qualquer agente desportivo”, sublinha a defesa do técnico no acórdão de 16 de Setembro de 2022, citado pelo diário.

Na decisão final, o Conselho de Disciplina da FPF considerou não terem ficado provadas as acusações da jogadora em relação a Marco Ramos.

Total
0
Partilhas
Artigo Anterior

"Queremos que o SC Braga se torne num PSG"

Próximo Artigo

UE com 1.200 casos de desinformação sobre Ucrânia e Estados-membros num ano

Artigos Relacionados
x