Declarações dos treinadores após o Arouca-Famalicão (4-1), encontro da nona jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado hoje no Estádio Municipal de Arouca:
João Pedro Sousa (treinador do Famalicão): “A entrada não foi boa, desde o primeiro segundo que estivemos mal, apáticos, lentos, pouco agressivos sem bola e, quando a ganhámos, inexplicavelmente fomos mais lentos e continuámos pouco agressivos, complicámos muito o que devíamos e tínhamos de fazer para criar problemas ao Arouca.
Acabámos por marcar o golo sem ter feito por isso, de um momento para o outro estávamos a ganhar, mas não serviu para a equipa perceber o que estava errado. Jogámos contra uma boa equipa, agressiva, com velocidade, que nos criou problemas e acabámos por cometer erros que não podem acontecer de forma alguma, fomos sofrendo golos, nunca nos encontrámos e organizámos, nunca fomos agressivos e rápidos. O resultado é justo.
Poderá haver explicações na diferença [da jornada anterior para esta]. Agora, temos de conversar e perceber se há relação de um resultado com o outro. Não quero encontrar qualquer desculpa, porque será difícil de encontrar a resposta certa para o que aconteceu. Não pode acontecer, de forma alguma, a este nível nesta competição num clube como o Famalicão exibições e comportamentos destes seja de quem for.
Porque não mexi mais cedo? Era importante a equipa encontrar organização e perceber o que tinha de fazer em termos coletivos e não individuais. Tentámos corrigir posicionamentos ao intervalo, algumas situações em termos táticos, porque o problema era tático, coletivo e individual. Tudo isto é impossível alterar de uma só vez.
Mexer demasiado faz com que possa acontecer – como aconteceu depois das substituições –, uma desorganização da equipa e demos ainda mais espaço ao adversário que estava bem organizado. A razão de não mexer mais cedo foi essa, queríamos organizar o bloco e as ideias e melhorar a produção, mas, de facto, isso não aconteceu e o rendimento foi sempre baixo”.
Armando Evangelista (treinador do Arouca): “Acabámos por entrar bem no jogo, o golo foi contra o início do mesmo, poder-nos-ia ter levado para o campo da desconfiança e hipotecado a nossa exibição. A equipa demonstrou grande personalidade, não se deixou afetar com o golo sofrido, continuou com o plano de jogo, que era procurar largura, jogo entre linhas e profundidade.
Na segunda parte, o resultado fez justiça ao futebol praticado. Se tinha dito que nos últimos dois jogos a equipa merecia mais do que conseguiu – porque tinha criado e jogado para obter mais pontos –, hoje, o que criou foi finalizando. Daí, termos somado os três pontos e nos últimos dois jogos termos somado só um.
O Famalicão tentou pressionar, mas estávamos muito confortáveis com bola hoje. Na primeira fase de construção estávamos com muita segurança e isso afetou o Famalicão, não estavam a arranjar forma de nos pressionar. Soubemos guardar e defender com bola, explorar os espaços deixados e fomos exímios nesse capítulo, o que depois deu origem aos terceiro e quarto golos.
[Desentendimento entre Câmara Municipal e clube por causa do estádio] Havia mais êxito se os dois trabalhassem juntos. Conheço só a realidade do clube, o que sei é que temos um presidente que trabalha muito para nos dar as condições que um clube da I Liga merece ter. Faz das ‘tripas coração’ para que possamos ter estes resultados, não é um clube fácil, é um clube representativo de uma região mais isolada. Dá-me a sensação de que o presidente é um homem isolado e merecia mais ajuda para levar este barco para a frente, porque muito tem feito por este município”.