Confessaram o crime de tráfico de drogas perante o Tribunal de Braga. Dois dos 18 arguidos que estão a ser julgados no Tribunal de Braga por pertencerem a uma rede de tráfico de droga, gerida, em Braga, por uma mulher de 68 anos, confessaram, no início do julgamento, que trabalhavam para ela, vendendo cocaína e heroína, em duas casas, uma no bairro social de Santa Tecla e outra na Avenida 31 de janeiro. E disseram que a líder da rede obtinha uma receita de 120 mil euros por mês, metade da qual, 60 mil era lucro.
Os dois, ambos de nome João, contaram, ainda, que iam, a mando dela, diariamente ao Porto, para comprar dois mil euros de estupefacientes, que eram vendidos, pelo dobro do preço, quer em Braga, quer em zonas limítrofes, em Prado, Vila Verde e nas Caldas das Taipas, Guimarães.
Disseram, também, que se deslocavam a várias zonas de Braga, porque alguns consumidores pediam, por telefone, a entrega do produto, dado que tinham receio de se deslocar a Santa Tecla.
Conforme O MINHO reportou, a rede de tráfico de droga, era, alegadamente gerida por Maria C. – conhecida por “Clarinha e Tia” – uma mulher de 68 anos, mas utilizando uma filha e duas netas, e recorrendo à ajuda de 14 toxicodependentes.
18 arguidos
Ao todo são 18 as pessoas – três delas defendidas pelo advogado João Ferreira Araújo – da cidade que terão vendido ou ajudado a comercializar, em oito meses, entre 2022 e 2023, 150 pedras de cocaína e 50 embalagens de heroína, por dia, ou seja um total de 36.750 pedras de cocaína e 12.250 embalagens de heroína.
Com isso, obtendo um lucro de 428 mil euros euros, 367.500 na venda de cocaína e 61.250 na de heroína. O que correspondeu a cinco quilos de cocaína e três de heroína.
A acusação do Ministério Público concluiu que os toxicodependentes que iam ao Bairro consumiam o estupefaciente no interior da casa, para assim, quando abordados pela Polícia, o mesmo não lhe ser apreendido, nem relacionar o local à venda de estupefacientes.
O MP sustenta que, entre setembro de 2022 e maio de 2023, a arguida liderou um grupo de 17 indivíduos – entre os quais uma filha e duas netas – que se dedicava ao transporte, doseamento e à venda/revenda de estupefacientes.
Seis reincidentes
O MP sublinha que seis – cinco dos quais em prisão preventiva – dos 18 arguidos, entre elas a ‘cabecilha’, não se contiveram em persistir na prática do mesmo tipo de crime, assim demonstrando que as condenações anteriores não foram suficientes para os demover.