Os 180 militares portugueses que constituem a Força de Reação Rápida da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização na República Centro-Africana (MINUSCA) foram condecorados com a Medalha de Honra das Nações Unidas, foi esta segunda-feira anunciado.
“Os 180 elementos da Força de Reação Rápida portuguesa receberam a Medalha de Honra das Nações Unidas em 09 de setembro em M’poko, Bangui. Como é tradição nas missões de paz, os militares receberam esta distinção ao fim de seis meses de serviço bem efetuado na República Centro-Africana”, refere a MINUSCA, numa mensagem divulgada na rede social Twitter.
#MINUSCA Portuguese peacekeepers awarded @UN medal – “You were in Bouca to prevent illegal transhumance activities, in Bocaranga to participate in operations to expel 3R elements. And like your predecessors you accomplished successfully the delicate tasks at hand” @ndiayemankeur pic.twitter.com/R0lC2MmGVK
— MINUSCA (@UN_CAR) 9 de setembro de 2019
Segundo a informação, esta distinção recompensa a “coragem e o mérito” dos militares portugueses na procura da paz no país africano.
“A sessão solene de condecoração foi presidida pelo Representante Especial das Nações Unidas e líder da MINUSCA, Mankeur Ndiaye, na presença de outras personalidades, incluindo representantes das missões e dos corpos diplomáticos”, frisa o documento.
A 5.ª Força Nacional Destacada (FND) está prestes a terminar a sua missão, iniciada em 11 de março deste ano, sendo em breve substituída pela 6.ª FND, que será constituída, na sua maioria, por paraquedistas, que também vão assumir a missão de Força de Reação Rápida.
A RCA caiu no caos e na violência em 2013, depois do derrube do ex-Presidente François Bozizé por grupos armados juntos na Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas sob a designação anti-Balaka.
O Governo centro-africano controla cerca de um quinto do território. O resto é dividido por mais de 15 milícias que procuram obter dinheiro através de raptos, extorsão, bloqueio de vias de comunicação, recursos minerais (diamantes e ouro, entre outros), roubo de gado e abate de elefantes para venda de marfim.
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Um acordo de paz foi assinado em Cartum, capital do Sudão, no início de fevereiro pelo Governo e por 14 grupos armados. Um mês mais tarde, as partes entenderam-se sobre um governo inclusivo, no âmbito do processo de paz.
Portugal está presente na RCA desde o início de 2017, no quadro da MINUSCA, cujo 2.º comandante é o major-general Marcos Serronha, onde agora tem a 5.ª FND e militares na Missão Europeia de Treino Militar-República Centro-Africana, cujo 2.º comandante é o coronel Hilário Peixeiro.
A 5.ª FND, que tem a função de Força de Reação Rápida, integra 180 militares do Exército, na sua maioria elementos dos Comandos (22 oficiais, 44 sargentos e 114 praças, das quais nove são mulheres), e três da Força Aérea.