‘Metrobus’ vai ligar Guimarães à nova estação de Braga em meia hora

Apenas com paragem nas Taipas
Imagem: CM Guimarães

A Câmara de Guimarães revelou que o percurso de metrobus até à nova estação ferroviária de alta velocidade de Braga pode demorar 30 minutos, apenas com paragem nas Taipas, de acordo com respostas enviadas à Lusa.

“O que se prevê é que haja serviços diretos Guimarães Braga-AV (Alta Velocidade), com paragem na vila das Taipas, coordenados com os horários dos comboios de alta velocidade. E, nesse caso, os tempos de viagem serão da ordem dos 30 minutos”, pode ler-se em respostas enviadas pela autarquia à Lusa.

Na semana passada, a Lusa noticiou, com base num estudo preliminar do projeto, que a ligação previa um percurso de 45 minutos entre Guimarães e a futura estação ferroviária de alta velocidade de Braga, um período de tempo cerca do dobro do percorrido atualmente de carro (entre 20 a 25 minutos) entre as duas cidades por autoestrada.

Fonte do município revelou entretanto que o relatório final apontava para “157,8 milhões de euros para a solução BRT [metrobus] simples”, sendo os 300 milhões entretanto divulgados pela Câmara uma previsão que inclui “um ‘upgrade’ [melhoria] da infraestrutura” para metro ligeiro.

Imagem: CM Guimarães

“O metrobus é para resolver a mobilidade de transporte público de passageiros, em via dedicada, na sua primeira fase, de ligação da Cidade–Taipas–Ave Park e Braga”, assume a autarquia, vincando que “a questão não é o tempo de percurso de ligação de Guimarães à alta velocidade, mas sim levar os passageiros, com meio de transporte moderno, sustentável e com frequência e horários fiáveis, desde os locais onde residem, estudam ou trabalham”.

“Entradas em Braga e Guimarães estão sistematicamente congestionadas”

Fonte do município contesta ainda que o percurso de carro ronde os 20 a 25 minutos, já que como “as entradas em Braga e Guimarães estão sistematicamente congestionadas e os tempos de viagem ao centro, ou o atravessando do centro, situam-se normalmente acima dos 40 minutos”, além de custo maior, de portagem e ambiental.

Em resposta a uma questão sobre como será possível a transferência modal (mudança de meio de transporte) para o metrobus dadas as diferenças de rapidez para o carro, a autarquia considera “estratégico” criar um “transporte público com fiabilidade, certeza de horários, seguro e confortável, exatamente para descongestionar o saturado transporte rodoviário na base do carro individual”.

A Câmara de Guimarães detalha também que o metrobus terá 12+4 paragens/estações, localizadas entre Guimarães e o limite do concelho, e a Vila das Taipas e o Avepark: Guimarães Estádio, Cepsa, Caneiros, Fermentões 1, Fermentões 2, São João da Ponte, Ponte, S. Gemil, Taipas Av. República, Taipas Av. 25 de Abril, São Martinho de Sande, Balazar e, no troço Taipas – AvePark as estações Taipas Av. 25 de Abril, Charneca, Av. Combatentes, AvePark e Barco Zona Industrial.

Imagem: CM Guimarães

Quanto ao troço Morreira-Braga Minho Park estão previstas as estações Trandeiras, Esporões, S. Paio d’Arcos, Nogueira, Espadanido e Minho Park.

Anel ferroviário Barcelos – Braga – Guimarães – Felgueiras – Amarante é “uma miragem”

Em resposta a uma questão sobre as atuais ligações ao Porto quer por autoestrada, quer por comboio, a autarquia vimaranense considera que as atuais não substituem a necessidade do metrobus até Braga, pois “a frequência de ligações por ferrovia entre Guimarães e Porto nunca pode sequer aproximar-se” das previstas para o metrobus, considerando o cenário atual “um bloqueio de acessibilidade e o isolamento de Guimarães, bem visível no serviço atualmente prestado num ramal que é de via única”.

A autarquia considerou ainda a eventual construção do anel ferroviário Barcelos – Braga – Guimarães – Felgueiras – Amarante “uma miragem”.

“Não tem a mínima possibilidade de encontrar uma equação de viabilidade financeira (procura), nem tão pouco existiriam os recursos financeiros para tal investimento, que ascenderia a milhares de milhões de euros. É um cenário que não vai acontecer, pelo que se optou por não trabalhar sobre cenários inverosímeis”, insiste a autarquia.

 
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