Uma das maiores lendas em relação aos Beatles completa, esta quinta-feira, 56 anos, pois terá sido num dia 09 de novembro, mas em 1966, que Paul McCartney teria morrido, numa história que traz uma grande teoria da conspiração e um duplo a substituir o original. E, por acaso, uma outra lenda em relação ao cantor, baixista, guitarrista e compositor envolve o Alto Minho e duas propriedades históricas da região.
No final da década de 1980, Paul McCartney – ou o seu duplo – teria demonstrado interesse em comprar um refúgio no Alto Minho, e até mesmo visitou o local. Uma casa em Caminha e outra em Ponte de Lima. Pelo menos é o que diz a lenda.
No caso de Caminha há mais confirmações e a história até é documentada em livro. Segundo a obra Beatles em Portugal, de Luís Pinheiro de Almeida, Paul chegou mesmo a visitar em 1989 a mansão Quinta da Graça, do século XVII, com acrescentos do século XIX.
A propriedade, segundo conta o livro, tem vista sobre o mar, o rio Minho e o vale do rio Coura, está junto ao antigo fosso da segunda linha de muralhas da vila, e conta com seis quartos duplos e quatro apartamentos para duas pessoas.
“Macca” soube da propriedade através da firma “Sargeant & Sargeant”, e durante a visita ficou encantado com a casa e com a mobília antiga. No entanto, optou por não avançar com uma proposta por causa da proximidade de uma estrada, pois o Beatle receou que isso ameaçasse a sua privacidade.
Já o interesse numa propriedade em Ponte de Lima é acompanhada de mitos e lendas. Nem mesmo o autor do livro Beatles em Portugal, em contacto com O MINHO, soube confirmar.
A casa em questão será o Solar de Bertiandos, cuja história remonta ao século 15 e está classificado como imóvel de interesse público desde 1977.
Ao andar nos arredores da propriedade, nos cafés e no comércio local, algumas pessoas até confirmam a história, mesmo sem ter visto o artista no local. Outros dizem que é lenda e que não há um fundo de verdade. E ainda há os que nunca ouviram falar.
A Junta de Freguesia de Bertiandos e os responsáveis pela propriedade não responderam às questões de O MINHO.
O facto é que Paul McCartney não comprou o Solar de Bertiandos e as possíveis razões vão das mais fáceis de perceber até as mais complexas.
A razão mais simples, e provável, é a mesma da Quinta da Graça, uma vez que o Solar de Bertiandos fica na EN202, e o artista não teria a sua desejada privacidade.
Outra é que o bem é um imóvel de interesse público, e não poderia ser vendida facilmente, e até questões referentes à heranças que dificultariam o negócio.
Outras razões mais rebuscadas dão conta de que, na verdade, Paul queria comprar o imóvel apenas para desmontar a sua torre medieval, levar as pedras e remontar na sua propriedade de Mull of Kintyre, na Escócia, que o cantor homenageia na canção homónima de 1977.
Paul McCartney em Portugal
Os Beatles nunca chegaram a atuar em Portugal, mas o país está ligado à banda de diferentes maneiras. A principal dela é com a música “Yesterday”, um dos maiores êxitos da cultura pop.
Paul McCartney, ainda em 1965, escreveu a letra da canção durante as férias em Portugal, e logo no trajeto de carro entre o aeroporto de Lisboa e a casa em que ficou hospedado em Albufeira.
O cantor regressou ao país em 1968, novamente para o Algarve, e ele até fez uma pequena apresentação em um hotel.
Apesar das histórias e do carinho, Paul McCartney atuou apenas uma vez em nome próprio no país. Foi na primeira edição portuguesa do Rock in Rio, em 2004.
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A Lenda “Paul is Dead”
Apesar de, segundo a lenda, o cantor ter morrido no dia 9 de novembro de 1966, o boato começou a circular no ano seguinte e cresceu apenas em 1969.
Paul McCartney teria morrido num acidente de viação. No entanto, com os Beatles em plena atividade, não seria bom para os negócios que a banda deixasse de existir, ou mesmo deixasse de contar com um dos seus líderes, ao lado de John Lennon.
A ideia seria trazer o mesmo duplo que trabalhou nas gravações dos filmes “A Hard Day’s Night e Help!” para substituir o Paul original, e deixar de fazer concertos, ficar apenas com gravações.
No entanto, John Lennon, George Harrison e Ringo Starr não gostaram da ideia, e começaram a distribuir pistas nas suas obras, em canções como A Day In The Life, e em capas de discos como Abbey Road, Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band e Magical Mystery Tour.