Laboratório Rural nasce em Paredes de Coura

Parceria luso-espanhola
Foto: Divulgação / CM Paredes de Coura

Paredes de Coura é o concelho do distrito de Viana do Castelo escolhido para sede de uma rede colaborativa, que envolve parceiros de Portugal e Espanha, que vai estudar e procurar soluções para os problemas do mundo rural.

“O nosso Laboratório Rural nasce, precisamente, neste contexto de fazer as coisas bem e de forma sustentada com o conhecimento mais atualizado de instituições e cientistas em permanente diálogo com a comunidade”, afirmou hoje o presidente da Câmara de Paredes de Coura, citado numa nota enviada à imprensa.

O projeto Laboratório Rural trabalhará a partir do Centro de Educação e Interpretação Ambiental (CEIA) do Corno de Bico, área de Paisagem Protegida de Paredes de Coura, e junta universidades, institutos de investigação, Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho e Organizações Não Governamentais (ONG) de Portugal e Espanha.

“O despovoamento rural e os avanços da floresta não são os melhores caminhos para assegurar com maior eficácia a proteção ambiental. A melhor forma de proteger o meio ambiente é através da presença humana nos territórios e da implementação de práticas inovadores que atualizam modos de produção, práticas e tecnologias antigas que respeitam o ritmo certo do mundo e garantam o equilíbrio ambiental entre o homem e a paisagem. Porque, no fundo, paisagem é relação”, defendeu o autarca Vítor Paulo Pereira.

A rede colaborativa integra, além da Câmara de Paredes Coura, outras nove entidades que vão implementar e desenvolver o projeto Laboratório Rural, que pretende “estimular a inovação e o desenvolvimento rural”.

São parceiros desta iniciativa as universidades da Corunha e de Vigo, na Galiza, o Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO) da Universidade do Porto, o Instituto Superior de Agronomia de Lisboa, o Centro de Investigação de Montanha (CIMO) do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), o Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), a CIM do Alto Minho, a Associação Portuguesa de Tração Animal e a Associação de Conservação do Habitat do Lobo Ibérico.

“São propósitos deste Laboratório Rural estimular e responder a iniciativas das comunidades rurais que desejem adotar uma direção inovadora, mas sem os meios financeiros ou técnicos para fazê-lo”, sublinha a autarquia de Paredes de Coura.

Segundo o município, aquele projeto pretende também “demonstrar a capacidade de renovar a ruralidade, explorar novos caminhos e soluções para as questões do desenvolvimento rural e ação climática, concentrando-se em abordagens ou modelos colaborativos ou baseados na comunidade”.

Aumentar o controlo das áreas rurais sobre seu futuro e o seu desenvolvimento a partir de iniciativas das quais são os iniciadores e designers, identificar caminhos de potencial sucesso e sustentáveis que possam servir de montra para outras comunidades rurais, captar e direcionar fontes de financiamento nacionais e/ou internacionais, articular a assistência financeira e acompanhamento técnico/investigação de projetos, são ainda outros dos objetivos do projeto.

O desenvolvimento do projeto Laboratório Rural “é participado por todas as entidades que subscrevem esta parceria, sendo a coordenação efetuada pela Câmara de Paredes de Coura”.

Todas as atividades, ações e projetos de caráter técnico-científico, formativo, informativo e de promoção realizar-se-ão naquele concelho, nomeadamente na Paisagem Protegida do Corno de Bico.

A Paisagem Protegida de Corno de Bico, gerida pela Câmara de Paredes de Coura, “constitui um pequeno santuário natural situado nos limites sudeste deste concelho, abrangendo cinco freguesias, nomeadamente Bico, Castanheira, Cristelo, Parada e Vascões”.

De acordo com informação disponível na página oficial da autarquia na Internet, aquela região “é essencialmente montanhosa, com contornos arredondados, sendo Corno de Bico, com 883 metros de altura, a elevação de maior altitude da região setentrional”.

O “carvalhal é a formação dominante, constituindo cerca de 25% da paisagem”.

A fauna “é igualmente rica em variedade de espécies”, tendo sido registadas na área 188 espécies de vertebrados”.

A “diversidade de habitats, a interação entre eles e as condições climáticas da região permitem que esta zona forneça excelentes recursos de alimentação, reprodução e abrigo a vários animais”.

Dada “a elevada importância para a conservação de uma variedade de habitats e espécies ameaçados a nível europeu, Corno do Bico é Sítio de Importância Comunitária da Rede Natura 2000”.

 
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