Foi hoje apresentado o cartaz da Vaca das Cordas, secular tradição que regressa às ruas de Ponte de Lima, três anos depois. A edição deste ano decorre em 15 de junho, como sempre na véspera do Dia do Corpo de Deus.

A apresentação teve lugar esta sexta-feira, na rua Padre Francisco Pacheco, no centro da vila limiana, sendo o autor [do cartaz] o arquiteto Duarte Pedro Matias.

“Foram dois anos parados, mas que parecem 100”, havia afirmado a O MINHO o organizador, adiantando que o percurso será igual ao dos outros anos, pelas “principais ruas da vila de Ponte de Lima, desde a Beato Francisco Pacheco até ao largo da matriz, onde o animal é preso num gradeamento junto à igreja”, como manda a tradição”, “pois a Vaca das Cordas não pode fugir muito ao ritual inicial”.
“Ali, é banhada com vinho verde, como manda a tradição, dando depois três voltas à igreja, também de acordo com a tradição, mas se me perguntar porquê, também não lhe sei dizer o motivo, apenas que é tradição”, salientou Aníbal Varela.

O organizador explicou-nos que, depois, o touro vem à praça principal, “ao largo Camões, brincam ali um bocado com o touro e segue para o areal, onde os mais valentes tentam fazer pega”.
“Não há cá ferimentos nem nada”
Alvo de algumas críticas levadas a cabo por associações de defesa animal, Aníbal Varela assegurou a O MINHO que “não se passa mais que isso”, ou seja, “não se faz mal ao touro”.
“Quando vemos que está cansado, retiramos à corte, para que nada aconteça ao animal. Porque esta tradição, sim, envolve um touro, mas longe de nós estarmos a fazer mal ao animal, antes pelo contrário, lidamos muito bem com ele, é muito bem tratado, e não deixamos abusar. Nem há cá ferimentos, nem nada. Quando vimos que está cansado, acaba a Vaca das Cordas”, explicou o responsável.
A tradição da Vaca das Cordas remonta há vários séculos, mas esteve “esquecida” durante muito tempo, até que Alcino Dantas, popularmente conhecido como Taretas, na década de 30 do século passado, resolveu ressuscitar a tradição.