Incrível foto de tritão-de-ventre-laranja no Gerês apela à conservação

Foto: O Gerês

Uma incrível fotografia de um tritão-de-ventre-laranja (Triturus boscai) em plena Mata da Albergaria, no Parque Nacional da Peneda-Gerês, serve também como alerta para o aumento de turistas naquela zona onde habitam diferentes espécies, algumas delas com estatuto de conservação raro.

Esse não é o caso deste tritão-ibérico, uma espécie cuja origem da linhagem remonta há mais de 5,8 milhões de anos, e que se encontra espalhada por quase todo o território continental, com exceção do interior alentejano, baixo-Ribatejo, costa algarvia e no litoral entre a Figueira da Foz e a Nazaré.

A imagem foi partilhada pela página “O Gerês” com mensagem a contextualizar: “Encontramo-lo sossegado num dos ribeiros da antiga e original via XVIII. Esta espécie autóctone está ameaçada por perda de habitat, mas ainda não está em estado preocupante”.

Os autores da página queixam-se do “desvio artificial para dentro do estradão” que liga o Campo do Gerês à Mata da Albergaria, em Terras de Bouro, apontando que “o corredor é maioritariamente utilizado por turistas, que com carros e ruidosas motas, e alguns todo o terreno percorrem o estradão com imensa frequência colocando muitas espécies em perigo”.

Até no alto da Serra da Estrela

Segundo o Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal, “esta espécie é endémica da metade Oeste da Península Ibérica, distribuindo-se desde o nível do mar até aos 1.940 m, na Serra da Estrela. O seu limite de distribuição oriental é constituído pelo rio Guadalquivir, a sul, pelas Serras Morena e de Guadarrama, no Centro de Espanha, e pelo maciço montanhoso dos Picos da Europa, a norte”.

No relatório do investigador José Teixeira, é referido que a espécie “ocorre numa grande variedade de habitats terrestres, incluindo bosques, prados e zonas agrícolas, em geral na proximidade de meios aquáticos com condições apropriadas para a sua reprodução”.

José Teixeira salienta ainda que “algumas regiões o tritão-de- -ventre-laranja poder permanecer na água durante todo o ano, apresenta, geralmente, uma fase aquática coincidente com a época de reprodução, e uma fase terrestre”.

Durante a fase aquática, estes seres preferem “charcos, poços, lagoas, tanques, represas, albufeiras e ribeiros com corrente fraca”.

Ameaças

Em termos de ameaças, o Atlas aponta “perda de locais de reprodução, nomeadamente charcos e tanques, devido ao abandono da agricultura tradicional, à construção urbanística e à poluição das massas de água, e a destruição, degradação e fragmentação dos habitats terrestres em que ocorre”.

 
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