Um relatório dedicado ao mercado imobiliário aponta que o tempo de absorção de um imóvel usado no concelho de Guimarães passou para metade ao longo dos últimos oito anos, tornando-se inferior à média do distrito de Braga.
O estudo, elaborado pela imobiliária “dipe” e que cita dados da SIR do Confidencial Imobiliário, salienta que no último ano, um imóvel demorou, em média, seis meses a ser vendido no concelho de Guimarães.
De acordo com o relatório, em 2014, um imóvel demorava cerca de 15 meses a ser comercializado, enquanto em 2016, ou seja, apenas dois anos depois, o valor já se fixava nos 11 meses. Hoje, esse valor fixa-se nos seis meses, ou seja, menos de metade do valor registado há oito anos.
No que diz respeito ao distrito de Braga, a média do Tempo de Absorção no último ano sobe ligeiramente, para os sete meses. No concelho de Braga, a média é de 5 meses. Já a média do território nacional fixa-se precisamente nos seis meses.
Citado em comunicado enviado a O MINHO, o CEO da “dipe”, Diogo Baptista Antunes, salienta que “durante o último período de crise económica”, verificou-se “uma clara estagnação na promoção imobiliária”.
“Após a saída da crise, Portugal registou um crescimento económico acima da média da União Europeia durante quatro anos consecutivos, o que levou a que a procura por habitação tivesse um crescimento exponencial, não correspondido pela oferta existente no mercado, aumentando assim a pressão sobre os imóveis usados”, analisou.
E, no mesmo texto, prosseguiu: “Aliado a estes fatores, acrescer a implementação de políticas que facilitaram o acesso ao crédito, como taxas de juro reduzidas e uma Euribor historicamente baixa”.
Ao longo dos últimos anos o Tempo de Absorção, ou seja, o período temporal entre a colocação do imóvel à venda e a celebração do Contrato de Promessa Compra e Venda, tem vindo a encurtar de uma forma consistente.
Para Diogo Antunes, o Tempo de Absorção registado em Guimarães poderá sofrer “um ligeiro aumento”, uma vez que “segundo dados que constam no nosso relatório, apesar de Guimarães ser o 14.º mais populoso do país, é um dos que regista maior número de projetos em pipeline”.
“É expectável que o aumento da oferta de imóveis novos no mercado, aliado às novas políticas monetárias e à elevada inflação registada, venha reduzir a pressão atualmente existente sobre os usados”, avisou.
O Tempo de Absorção dos imóveis no concelho de Guimarães é um dos dados analisados na primeira edição do Real Estate Market Insights, o relatório de mercado produzido pela dipe imobiliária que será oficialmente lançado no dia 03 de outubro.