O primeiro dia de maio é marcado por uma tradição ancestral na zona Norte de Portugal, com especial incidência no Minho, os Maios (ou Maias), através da recolha de flores, preferiencialmente de giesta, que devem ser colocadas à porta de casa.
Uns dizem que é para receber a primavera, outros que é para afastar o “burro”, ou seja, o mau olhado, variando a justificação de região para região.
No Alto Minho, associa-se esta tradição à Festa da Santa Cruz ou ao Corpo de Deus, presumindo-se que a tradição vem dos tempos bíblicos, quando Herodes mandou colocar giestas à porta de onde dormia o menino Jesus, mas foi surpreendido pela exposição de giestas em quase todas as casas da aldeia onde o ‘salvador’ morava.
De acordo com o historiador Ernesto Veiga de Oliveira, citado pela Câmara de Mirandela, em toda a faixa ocidental atlântica do país, onde se inclui o Minho, não existe qualquer prática alimentar associada, mas em Trás-os-Montes e nas Beira, as Maias estão associadas às castanhas, que muita gente guarda de propósito para esta data.
Já Jorge Lage diz que maio é o mês dos burros e que no dia 01 as pessoas devem comer castanhas, para não serem mordidas pelos animais.
A tradição é tão antiga que há registo de ter sido proibida em Lisboa, no longínquo ano de 1402. Numa carta régia de 14 de agosto, podia ler-se: “Maiores penalidades a quem cantasse Maias ou Janeiras e outras coisas contra a lei de Deus…”.
Há também um costume em vários pontos do planeta em celebrar o mês de maio com flores, em homenagem à deusa grega Maia.