A Câmara Municipal de Guimarães assinou uma Carta de Compromisso na cidade francesa de Montluçon, tendo em vista o estabelecimento de uma geminação, cujo âmbito contempla a criação da primeira Casa de Guimarães em território estrangeiro. O acordo foi oficializado entre o presidente da Câmara de Montluçon, Daniel Dugléry, e a vereadora Adelina Paula Pinto, que representou na cerimónia o presidente do Município de Guimarães, Domingos Bragança, que iniciou as conversações em setembro de 2014.
A sessão decorreu na presença do executivo local francês, de conselheiros municipais e de muitos representantes da comunidade portuguesa, principalmente emigrantes oriundos de Guimarães, que assistiram ao ato solene no edifício da autarquia francesa, na Praça Jean Jaurès, junto à sede do Município onde ficará instalada a Casa de Guimarães.
“Desejo que esta geminação seja efetiva no domínio cultural, económico, associativo e uma forma de unir ainda mais estas duas cidades”, referiu Dugléry, enaltecendo a Casa de Guimarães como local de divulgação aos habitantes de Montluçon, mas também para os que visitam a cidade francesa.
Na cerimónia protocolar, Adelina Paula Pinto convidou Montluçon a estar presente em Guimarães na Sessão Solene do dia 24 de junho de 2016, data em que se comemora o “Dia Um de Portugal” e onde se assinala o dia da cidade, proposta imediatamente aceite “com o maior prazer” pelo presidente da Câmara de Montluçon. Neste fim de semana, foi ainda inaugurado o “Chalet de Guimarães” no “Marché de Noël”, uma feira de Natal que decorre no largo em frente à Câmara e que é muito frequentada pelos habitantes locais onde, além da divulgação turística e cultural, têm acesso a vários produtos que ilustram a riqueza económica e industrial do concelho vimaranense.
Atualmente, o Município de Guimarães, no âmbito das relações bilaterais, tem oficialmente estabelecidos dez protocolos de geminação e dois de cooperação. Brive e Compiègne (França), Colónia do Sacramento (Uruguai), Igualada e Tacoronte (Espanha), Kaiserslautern (Alemanha), Londrina e Rio de Janeiro (Brasil), Mé-Zóchi (São Tomé e Príncipe) e Ribeira Grande de Santiago (Cabo Verde) são as cidades presentemente geminadas com Guimarães.
Características em comum
Com 80 mil habitantes, Montluçon, situada na zona central de França, acolhe cerca de 8 mil portugueses, metade dos quais são provenientes do concelho de Guimarães, com elevada representatividade das freguesias de Rendufe, Atães e Gonça e da vila de São Torcato, cujas comunidades frequentam regularmente quatro associações de emigrantes portugueses: Souvenir du Dienat, Estrelle du Nord, Les Amis Unis e France-Portugal.
“Os filhos de Guimarães são filhos de Montluçon!”, considera Daniel Dugléry, o “Maire” eleito por um mandato autárquico de seis anos, tendo convidado o produtor cultural Stéphane de Freitas, de Rendufe, para exercer as funções de adjunto na Câmara e o economista Patrice Dias, com raízes familiares em Atães, para Conselheiro Municipal, órgão equivalente ao Conselho Consultivo para o Investimento e Emprego, criado no final de 2013 por Domingos Bragança.
O Castelo, o verde da natureza, a limpeza do espaço público e uma constante presença de vimaranenses em cada rua de Montluçon são algumas das características da cidade que fazia parte do Ducado de Bourbon, considerada pelas estatísticas como a segunda mais segura de França. O edifício da Câmara local está igualmente instalado num antigo convento, tal como sucede com a sede do Município de Guimarães. Conhecida pela cidade das “Duas Caras”, numa metáfora entre edificações antigas em contraste com modernas construções, Montluçon é a cidade adotiva de vimaranenses que emigraram há mais de meio século.
