Guimarães: Bares do Largo da Oliveira inconformados com redução das esplanadas

Durante a pandemia o Município permitiu a alargamento e não cobrou taxas
Foto: Rui Dias / O MINHO

Os donos dos bares do Largo da Oliveira, no centro histórico de Guimarães, estão descontentes com a proposta do Município para o licenciamento de áreas de esplanada. Passado o período da pandemia, a Câmara está a procurar repor a ocupação do espaço público à situação anterior.

Contudo, os comerciantes não concordam porque alegam que fizeram investimentos e contrataram pessoas e acusam a Associação Vimaranense de Hotelaria (AVH) de não os representar. Pedro Fernandes, vice-presidente da AVH e proprietário de um restaurante no Largo da Oliveira, afirma que estes empresários faltaram à reunião marcada para debater o assunto e não se pronunciaram, atempadamente, sobre a proposta.

Em comunicado, os proprietários dos bares “Medieval”, “Zerograus”, “Rolhas e Rótulos”, “Coconut”, “Tapas e Petiscos” e “Salado Bar”, fazem saber que não se revêm na negociação que a AVH fez com a Câmara Municipal. Porque, segundo eles, “não houve atenção às pretensões dos empresários do Largo da Oliveira”.

Para os donos dos bares, de um dos mais conhecidos largos do centro histórico da cidade berço, a redução do espaço de esplanadas, tal como está proposto, põe em causa a viabilidade económica dos estabelecimentos. Paulo Bessa, proprietário do Rolhas e Rótulos, acusa os técnicos da Câmara de não terem critérios objetivos e de fazerem a planta das esplanadas com base em avaliações estéticas subjetivas. “Os técnicos da autarquia defendem uma redução das áreas das esplanadas por simples questão de fotografia e fundamentalismo”, lê-se no comunicado.

“Com a atual proposta, todos os bares e restaurantes ganham área de esplanada face ao que tinham antes da covid”, Pedro Fernandes, da AVH.

Pedro Fernandes afirma que “não há como não perder espaço de esplanada, todos sabíamos que se tratava de uma situação temporária”. O empresário, que também esteve envolvido nas negociações com a Câmara, lembra que “a primeira proposta do Município era muito pior, eles queriam simplesmente repor a situação em que estávamos antes da pandemia”.

De acordo com o dirigente associativo, “foi do diálogo com a Câmara que nasceu esta proposta que é o encontro a meio caminho entre o que o interesse dos comerciantes e o que os técnicos da Divisão do centro histórico queriam fazer”. Pedro Fernandes, que também perdeu área na sua esplanada, destaca que “quem ganhou mais área durante o período da pandemia, agora é que vai perder mais, naturalmente”.

O presidente da AVH, José Diogo Silva, lamenta que estes sócios não tenham comparecido na reunião realizada na sexta-feira para debater estas questões, “nem se tenham pronunciado sobre as plantas das áreas de esplanadas que lhes foram previamente enviadas”.

Todavia, o presidente da associação que representa os bares, restaurante e hotéis, afirma que está disponível para ouvir as queixas dos associados. “Na reunião, só estiveram seis sócios da Praça de Santiago e um do Largo do Trovador. No caso do Praça de Santiago vai ser apresentada uma contraproposta”, afirma, deixando a porta aberta para as reclamações dos bares da Oliveira.

Para ajudar os bares e restaurantes a absorverem o impacto das medidas de redução da lotação dos estabelecimentos, durante a pandemia, a Câmara de Guimarães permitiu que as esplanadas crescessem até 100% e, em alguns casos, atribuiu licenças especiais a estabelecimentos que até aí não tinham serviço ao ar livre e isentou os estabelecimentos do pagamento de taxas pela utilização do espaço público.

Contactada, a Câmara Municipal de Guimarães não deu resposta às questões de O MINHO sobre este assunto, até ao fecho desta notícia.

 
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