Grupo de Braga já entregou os primeiros autocarros a hidrogénio para o ‘metrobus’ do Porto

DST
Imagem: Metro do Porto

O consórcio que integra a empresa bracarense DST Solar, do Grupo DST, e a CaetanoBus, já começou a entregar os primeiros veículos para a operação do ‘metrobus’ no Porto, foi hoje divulgado.

“Neste momento estão a chegar os veículos, acredito que na última semana de maio já tenhamos aqui os veículos a circular, a fazer os primeiros ensaios”, disse hoje Tiago Braga, presidente da Metro do Porto, no Seminário de Transporte Ferroviário do jornal Transportes & Negócios, que decorreu num hotel no Porto.

Os veículos do serviço serão autocarros a hidrogénio visualmente semelhantes aos do metro convencional e construídos por 29,5 milhões de euros pelo consórcio que integra a empresa de Braga, incluindo a infraestrutura de alimentação.

Os testes do ‘metrobus’ deverão ocorrer “na última semana de maio”, garantiu Tiago Braga, após ter adiantado que ocorreriam nas primeiras duas semanas, e quer entregar a operação à STCP em julho.

No mesmo fórum, Tiago Braga disse que a intenção da transportadora “é que no início de julho esteja tudo pronto para entregar a operação para a STCP [Sociedade de Transportes Coletivos do Porto] poder operar”.

Relativamente ao arranque da segunda fase do projeto até à Anémona (Praça Cidade do Salvador), que já pode ocorrer após ter estado parado em tribunal, questionado sobre se seria possível fazer chegar o veículo até Matosinhos, Tiago Braga confirmou interações com a autarquia liderada por Luísa Salgueiro.

“Com Matosinhos temos trabalhado nesse sentido. É preciso fazer um laço que vá fazer a ligação à nossa estação de Brito Capelo. É uma coisa relativamente simples”, disse.

Tiago Braga frisou que uma das questões em causa será a segregação do tráfego, pois em causa estará um troço “que tem outra saturação de utilização, portanto não funciona num contexto que não seja absolutamente segregado”.

“Está pensado, está estruturado, é uma questão de rapidamente podermos fazer essa alteração”, vincou.

Em 16 de abril, o presidente da Metro do Porto assegurou que os ensaios do ‘metrobus’ começariam “na primeira/segunda semana de maio”, numa altura em que se aguardava a chegada do primeiro veículo, seguido de mais quatro.

“Os autocarros vêm prontos para fazer ensaios. Nós temos que fazer ensaios na linha [via do ‘metrobus’], desde logo de acostagem, verificar como é que funciona o sistema de semaforização inteligente que já está instalado, mas agora temos que equipar os autocarros e perceber como é que é feita a comunicação”, detalhou.

Segundo Tiago Braga, haverá “duas semanas de testes” e, depois, “um período de homologação de cerca de um mês”.

O responsável tinha então dito que a intenção da Metro do Porto era entregar os veículos para operação pela STCP “no final de junho”.

No dia 23 de agosto a Metro do Porto anunciou que “a empreitada do metrobus ficou terminada”, com exceção dos acabamentos nas estações, paisagismo e jardinagem.

À data, discutia-se a possibilidade de autocarros da STCP utilizarem provisoriamente o canal até à chegada dos veículos do ‘metrobus’, mas a opção foi abandonada face a testes insatisfatórios.

A não utilização do canal pelos autocarros levou ao seu aproveitamento como ciclovia, tendo já movimentos e associações do setor instado as entidades competentes a repensar o projeto “como um todo”, já que se mantiveram duas vias para automóveis na Avenida da Boavista e nenhuma para meios de mobilidade suave, apesar da sua utilização.

O atraso na chegada dos veículos remonta à anulação do primeiro concurso público para aquisição dos autocarros e do sistema de produção de hidrogénio ‘verde’, que foi lançado em dezembro de 2022 e anulado, sendo repetido em julho de 2023, oito meses depois.

O ‘metrobus’ ligará a Casa da Música à Praça do Império (em 12 minutos) e à Anémona (em 17) e estão previstas as estações Casa da Música, Guerra Junqueiro, Bessa, Pinheiro Manso, Serralves, João de Barros e Império, no primeiro serviço, e no segundo Antunes Guimarães, Garcia de Orta, Nevogilde, Castelo do Queijo e Praça Cidade do Salvador (Anémona).

A obra do ‘metrobus’ custa cerca de 76 milhões de euros.

 
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