Os autocarros a hidrogénio que circularão no serviço de ‘metrobus’ do Porto serão construídos pelo consórcio que integra a empresa bracarense DST Solar, do Grupo DST, e a CaetanoBus, num contrato adjudicado por 29,5 milhões de euros, informou hoje a Metro do Porto.
De acordo com informação adiantada por fonte oficial da transportadora à Lusa, a Metro do Porto “aprovou a proposta de adjudicação ao consórcio formado pelas empresas CaetanoBus/DST Solar/Dourogás Natural/PRF/BrightCity”, num contrato com valor global de 29,5 milhões de euros, “incluindo a manutenção pelo período de 15 anos”.
Em causa está, “além da aquisição de 12 autocarros articulados movidos a hidrogénio para as duas linhas do ‘metrobus'”, a “execução das infraestruturas técnicas de produção de hidrogénio verde e de energia elétrica de fonte renovável – garantindo emissões zero, absolutamente em linha com os objetivos de descarbonização e total autonomia energética”.
O objetivo é produzir, através de painéis fotovoltaicos localizados nas estações de recolha da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), a média diária mínima de 350 quilogramas (kg) de hidrogénio necessária para abastecer, na estação da Areosa, os veículos BRT (Bus Rapid Transit, vulgo ‘metrobus’).
“O posto de fornecimento de hidrogénio verde virá a alimentar igualmente outros veículos para além do material circulante do ‘metrobus'”, salienta a empresa liderada por Tiago Braga.
O valor da adjudicação fica ligeiramente acima do preço base do concurso público (27,5 milhões de euros) lançado em 06 de julho, depois de primeiro concurso, lançado em dezembro de 2022, ter registado propostas inválidas.
O ‘metrobus’ será um serviço da Metro do Porto em autocarro elétrico e a hidrogénio que ligará a Casa da Música à Praça do Império (em 12 minutos) e à Anémona (em 17) em 2024, circulando em via dedicada na Avenida da Boavista e em convivência com os automóveis na Avenida Marechal Gomes da Costa.
Os veículos devem ter “uma vida comercial útil mínima de 16 anos” e terão propulsão híbrida, “isto é, com motorização elétrica e alimentação a hidrogénio gasoso”, com autonomia mínima de 350 quilómetros (km) a hidrogénio e 50 km em modo elétrico, e uma lotação igual ou maior a 130 passageiros, dos quais 35 sentados.
A estética do autocarro “deve resultar de um equilíbrio entre o sucesso dos veículos antecessores” da Metro do Porto e “apresentar uma evolução positiva”, sendo “fundamental” que “reflitam e continuem” a direção tomada com o novo metro da CRRC Tangshan, que traduz “o carisma moderno que se pretende”.
O investimento no ‘metrobus’ é totalmente financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e chega aos 66 milhões de euros, valores sem IVA, e as obras arrancaram no final de janeiro.
Para já, decorrem os trabalhos no troço Casa da Música – Império, e o concurso público para a empreitada entre Serralves e a Praça Cidade do Salvador (conhecida como Anémona) deverá ser lançado “muito em breve”, segundo a Metro do Porto.
Estão previstas as estações Casa da Música, Guerra Junqueiro, Bessa, Pinheiro Manso, Serralves, João de Barros e Império, no primeiro serviço, e na secção até Matosinhos adicionam-se Antunes Guimarães, Garcia de Orta, Nevogilde, Castelo do Queijo e Praça Cidade do Salvador (Anémona).