A coordenadora nacional do BE, Mariana Mortágua, criticou hoje as campanhas de “bandeirinhas no ar” e com “encenações” que não ouvem as “histórias de quem sofre”, e intensificou o apelo ao voto, ambicionando aumentar a bancada parlamentar.
“Precisamos menos de encenações, precisamos menos de demonstrações vazias de poder, precisamos menos de contar o número de bandeiras que estão numa sala ou numa rua e precisamos mais de contar as histórias de quem sofre, de quem vive e de quem luta em Portugal. E foi esta a campanha que nós quisemos fazer”, defendeu Mariana Mortágua, numa ação de campanha num bar no centro do distrito do Porto.
Ao penúltimo dia de campanha, e num dia em que AD – coligação PSD/CDS-PP e PS fizeram as tradicionais arruadas na Rua de Santa Catarina, no Porto, a líder do BE fez a defesa da estratégia adotada pelos bloquistas desta vez, que excluiu este tipo de iniciativas.
Mortágua lembrou um comício em Guimarães, nas últimas legislativas, no qual uma mulher interrompeu a ação para partilhar a sua história sobre a crise da habitação, e usou esse exemplo para sustentar que o partido quis, desta vez, fazer uma campanha na qual “ninguém tivesse que interromper”.
“Vocês repararam como as campanhas de ódio e de egoísmo e as campanhas de bandeirinha no ar não apresentam propostas para o país? Como não falaram do trabalho, do salário, do trabalho por turnos, das horas extraordinárias, do problema da habitação, das rendas que são altas, do preço das casas que é alto, das pessoas que são despejadas? Como se esta realidade, não existisse”, criticou.
A coordenadora do partido acusou os restantes partidos de serem protagonistas de “debates inteiros” falar sobre “a grande economia, sobre a décima de crescimento do PIB, o milagre do crescimento económico se se baixar os impostos sobre as grandes empresas”.
“Tanta gente tão capaz de discutir os grandes temas, a macroeconomia, e tão incapaz de olhar para a vida das pessoas”, criticou.
Na reta final da campanha, e no segundo maior círculo eleitoral do país (40), atrás de Lisboa (48), Mortágua intensificou o apelo ao voto.
“Somos cinco e fizemos barulho como se fôssemos 230 e lutámos e batemos e denunciámos o que se passava sem nunca ter medo dessa denúncia. Se cinco deputados fizeram tudo isto para denunciar a crise da habitação, imaginem o que nós não podemos fazer com mais deputados. Imaginem o que nós não podemos fazer com mais deputados e deputadas do BE”, argumentou.