Declarações após o jogo Farense-Gil Vicente (1-0), da 16.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol:
Vítor Campelos (treinador do Gil Vicente): “Quando o guarda-redes do Farense [Ricardo Velho] é eleito o melhor jogador em campo, acho que quer dizer muito daquilo que aconteceu durante este jogo.
Entrámos bem no jogo, controlámos o jogo sempre, [à exceção de] uma ou outra situação de transição do Farense e sobretudo nos lances de bola parada a causarem-nos algumas situações de intranquilidade.
No jogo jogado, estivemos sempre por cima, criámos oportunidades mais do que suficientes para ganhar o jogo, o [Ricardo] Velho mais uma vez dá pontos ao Farense e, depois, num lance de alguma infelicidade, acabamos por sofrer o golo que dita a vitória do Farense.
Resumindo, acho que foi um resultado injusto por aquilo que aconteceu durante os 90 minutos, num detalhe que não pendeu a nosso favor e deu a vitória ao Farense. Preparámos bem o jogo, conseguimos entrar muitas vezes no último terço, criar oportunidades flagrantes de golo e, por isso, acho que o resultado deveria ter sido outro, o que infelizmente não aconteceu, mas os jogadores acabaram por fazer um bom jogo.
Faltou marcar as oportunidades flagrantes que tivemos e, depois, tem surgido um ou outro detalhe, porque acaba por ser num lance fortuito que o Farense chega ao golo, num lance que nada previa, ou que aparentemente não podia causar perigo, um erro não forçado. Às tantas, é um bocadinho isto que tem acontecido: fazemos bons jogos, mas os resultados não têm acompanhado a qualidade de jogo”.
– José Mota (treinador do Farense): “Quando se ganha, até parece que as coisas são diferentes. Por muita experiência, por muito que passemos este tipo de situações, é claro que quando se vence nos instantes finais do desafio tem um sabor muitas vezes especial.
Mas este jogo nunca foi fácil, nunca foi tranquilo, por mérito do Gil Vicente, que tem realmente bons jogadores, que tem boa equipa, que está muito bem organizada, o que torna esta vitória ainda mais interessante e mais importante.
O jogo começou com uma toada mais positiva do Gil, sempre com mais bola, jogou sempre mais no bloco ofensivo. Penso que não estivemos muito bem na forma como devíamos pressionar os médios interiores do Gil, eles aí superiorizaram-se um pouco no meio-campo, sem criar grandes oportunidades.
Mas é claro que, duas ou três vezes, o [Ricardo] Velho teve belíssimas intervenções, mas nós também tivemos algumas chances de golo, com aquele remate à barra do [Cláudio] Falcão.
Ao intervalo, as coisas estavam mais ou menos divididas em termos de oportunidades e o resultado era justo. A questão da justiça vale o que vale. Acabámos por fazer um golo, é justo. Na semana passada, sofremos quatro [golos] em quatro oportunidades do Estoril [derrota por 4-0] e criámos seis oportunidades, se calhar mais flagrantes.
Na segunda parte, fomos mais capazes, mais equipa e as alterações produzidas deram outra velocidade e outra alegria ao nosso jogo, mais consistência”.