Ex-funcionários de construtora de Viana queixam-se de atraso no pagamento de dívidas

Os ex-trabalhadores da construtora Aurélio Martins Sobreiro (AMS), que fechou em 2012 em Viana do Castelo, lamentaram o “atraso” na distribuição, prevista para o início deste mês, de mais de 2,2 milhões de euros devidos aos 287 ex-funcionários.

Fonte judicial do tribunal de Viana do Castelo adiantou que “o despacho a autorizar o rateio daquele montante já foi assinado pelo juiz e remetido ao administrador de insolvência da antiga construtora AMS”.

Fonte do escritório de Nuno Oliveira da Silva afirmou que este “ainda não foi notificado da decisão”, escusando-se a prestar mais esclarecimentos alegando a ausência do administrador de insolvência”.

Já Paulo Ferreira, ex-trabalhador da empresa, adiantou “não entender a demora na distribuição da última ‘tranche’ em dívida aos ex-trabalhadores”.

“Se o juiz já despachou a autorização, se a venda, por 5,5 milhões de euros, da participação da antiga construtora nas ex-Scut do Norte Litoral e do Algarve, que permite o pagamento desta verba, foi efetuada em dezembro de 2015, se o dinheiro está disponível no banco desde fevereiro deste ano e se há parecer favorável de todos os membros da comissão de credores, o que falta para nos pagarem?”, questionou o engenheiro metalomecânico.

Em maio passado, o administrador da insolvência da AMS, Nuno Oliveira da Silva, anunciou a entrega no tribunal de Viana do Castelo, do requerimento a solicitar a autorização do pagamento e apontou o início de junho como previsão de pagamento da verba.

Adiantava que no requerimento entregue no tribunal “parte dos trabalhadores da sociedade insolvente não conseguiram obter novo trabalho, pelo que a realização deste novo rateio parcial permitirá minimizar as dificuldades financeiras que muitos deles têm sentido”.

A demora, disse Paulo Ferreira, “está a preocupar vários ex-trabalhadores que já contactaram o administrador de insolvência, tendo sido informados de uma nova data, final de junho, não sendo, no entanto, assegurado o seu cumprimento por depender do tribunal de Viana do Castelo”.

“Alguns trabalhadores não voltaram a encontrar trabalho, o subsídio de desemprego acabou, outros tiveram que emigrar e alguns, infelizmente, até já faleceram desde a insolvência da empresa”, lamentou.

No primeiro rateio, realizado em junho de 2015, o administrador da insolvência distribuiu de 2,5 milhões de euros.

O património da empresa começou a ser vendido em abril de 2014, com o leilão dos bens móveis, para garantir o pagamento de parte dos créditos devidos.

Entre os equipamentos que integravam a massa insolvente contavam-se, sobretudo, diversos tipos de maquinaria e máquinas pesadas, além de cerca de meia centena de viaturas.

A empresa, que chegou a ser a maior construtora do Alto Minho, foi fundada em 1970 e cessou definitivamente a atividade em dezembro de 2012.

Foi declarada insolvente em outubro de 2011 quando 860 credores reclamavam uma dívida de cerca de 39 milhões de euros, dos quais 4,7 milhões de euros eram relativos aos trabalhadores.

Com sede em Viana do Castelo, a AMS foi responsável por obras públicas em todo o país e chegou a estar presente, com atividade própria, em Angola e Moçambique.

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