Declarações após o jogo Moreirense-Sporting (0-2), da 26.ª jornada da I Liga de futebol, disputado hoje em Moreira de Cónegos:
Ricardo Sá Pinto (treinador do Moreirense): “Estamos tristes, porque não conseguimos pontuar, mas jogar contra o Sporting não é fácil. Ainda por cima, veio com toda a gente, não havia lesionados, tem muitas opções e qualidade e está com grande confiança.
Acho que entrámos bem no jogo. Só tenho pena é que tivéssemos sofrido sem ser pelo volume de jogo do Sporting. Estávamos organizados e sem dar espaço ao Sporting para entrar, mas, mais uma vez, sofremos numa segunda bola após um lance de bola parada. Isso podia acontecer a qualquer altura, mas não estamos a controlar estas situações.
Não estamos com a felicidade que precisamos e aquele segundo golo foi muito pesado. Mesmo assim, a equipa reagiu. Na primeira parte, não conseguimos ter tanta bola como deveríamos, mas, depois do intervalo, já fomos o Moreirense que eu gosto de ver, com coragem, personalidade, pressionante de uma forma compacta e com todos a cumprir.
Foi completamente diferente. Falta-nos ser mais consistentes durante o jogo e marcar. Sem golos, não podemos ter resultados. Ficámos com a ideia de que aquela segunda parte é o que queremos e temos de continuar. Quem faz ao Sporting o que fizemos, a jogar muito tempo no meio-campo deles, tem qualidade e pode fazer a outras equipas.
Temos oito finais, estamos todos muito juntos e tenho muita confiança na equipa. Será uma luta até ao final do campeonato, como sempre disse desde que cá cheguei, mas estamos esperançados e tenho a certeza e a convicção de que vamos ficar na I Liga.
[Sentimento de jogar contra o Sporting?] Os adeptos não me esquecem. Foram 15 anos que passei no Sporting. Conquistei todos os títulos e coisas importantes. As pessoas não esquecem o meu esforço, entrega e êxito. Fico orgulhoso de se lembrarem de mim.”
Rúben Amorim (treinador do Sporting): “Mudámos o ‘chip’ [face à Liga dos Campeões]. Sabemos que temos de ganhar os nossos jogos e, acima de tudo, jogar melhor. Na primeira parte, estivemos bem melhor. Soubemos perceber melhor o jogo, fizemos dois golos e tivemos oportunidades para fazer mais. Na segunda parte, o jogo teria de ser completamente diferente. Bastavam três passes para chegar à baliza do Moreirense.
Não tem de se jogar sempre da mesma maneira. Entendemos o jogo melhor na primeira parte do que na segunda. Senti a equipa, principalmente a defesa, algo cansada, porque sofreu muito em Manchester. Demorávamos a subir as linhas e não estávamos tão ágeis quando tínhamos de jogar com o Adán. Esses pequenos pormenores fazem a diferença.
Não perder e, mais do que isso, ganhar dá-nos outra alegria. Embalámos, não deixámos adversários fugir e fugimos a um quando temos oportunidade [Benfica]. Depois, as individualidades fazem a diferença: a forma como Pedro Porro desbloqueia o jogo, a integração na equipa do Marcus Edwards, que tem características que não tínhamos.
[Edwards mais perto da consistência ideal?] Está cada vez mais próximo. O Moreirense deveria jogar com três centrais e, assim, a pressão é muito mais simples. Temos essas coisas todas em conta quando escolhemos o ‘onze’. O Marcus Edwards apresenta uma consistência cada vez melhor. Sabe que a exigência e concorrência é muito grande. Já tem casa e a família por cá. Todos os pormenores apontam para que se sinta mais livre agora para jogar. Está no bom caminho, sabendo que tem de continuar a trabalhar.
O Gonçalo Inácio ia jogar, mas sentiu-se mal durante a noite. Por isso, levei dois guarda-redes {João Virgínia e André Paulo] para o banco. Quem se sente mal não tem hipótese.
[regressos de João Palhinha e Pedro Gonçalves?] O jogo estava diferente, mas notou-se a falta de ritmo deles. É perfeitamente normal, mas precisamos de ambos e temos de começar a lançá-los, até porque são jogadores importantes para nós. Sentiram mais dificuldades, pois estiveram bastante tempo parados, mas voltarão ao seu ritmo normal.”