A Câmara de Esposende afirmou hoje estar disponível para “avançar com pequenas obras de remodelação” nas Unidades de Saúde da Apúlia, Belinho e Forjães, que são consideradas necessárias para a sua reabertura devido à pandemia de covid-19.
Em declarações à Lusa, o presidente daquela autarquia explicou que a “população precisa” que aquelas unidades entrem em funcionamento, adiantando que apontou à Administração Regional de Saúde do Norte, numa reunião com o diretor do Agrupamento de Centros de Saúde do Cávado III Barcelos/Esposende (ACES), Fernando Ferreira, realizada na segunda-feira, o “final de setembro” como data limite para aguardar por aquela reabertura.
À Lusa, o responsável por aquela ACES explicou que os centros em causa não reabriram porque “não estão reunidas as condições de segurança exigidas para profissionais e utentes”, segundo as novas diretrizes da Direção-Geral de Saúde (DGS).
“Estamos disponíveis para fazer o necessário para que sejam criadas as condições para a reabertura dos centros de saúde. Os edifícios são do Estado, mas carecem de manutenção há muitos anos e, embora não seja da competência da autarquia, estamos disponíveis para avançar com remodelações, mas não grandes intervenções, porque isso acarreta outros custos”, explicou o autarca, Benjamim Pereira.
O presidente da Câmara de Esposende explicou que os centros foram encerrados por causa das “profundas alterações no funcionamento” que a pandemia causou, mas que “já é tempo de reabrir”, justificando com o “interesse da população” a necessidade daquela reabertura.
“A continuação do encerramento está a causar constrangimentos à população (…) temos que pensar na nossa população e apontamos o final de setembro como data limite [para a reabertura] ou vamos ter que tomar outras medidas”, afirmou Benjamim Pereira, sem adiantar que medidas pode a autarquia tomar.
Segundo o diretor da ACES, “os edifícios não podem reabrir porque não estão cumpridas as diretrizes da DGS para que isso aconteça”, como, enumerou, “sinalética, corredores unidirecionais, rampas, janelas em bom funcionamento, revestimento adequado das paredes”.
“Percebemos a pressão que está a ser feita, mas não podemos abrir as unidades sem que esteja garantida a segurança para utentes e profissionais. Os edifícios precisam de manutenção e precisamos de mais gente, nomeadamente assistentes operacionais”, confirmou Fernando Ferreira.
O responsável deu conta que “esta até uma boa altura para fazer pequenas obras, que podem sem feitas pela autarquia até com vista à transferência de competências que vai ser feita e que, assim, já pode ser adiantado trabalho”.
Fernando Ferreira salientou que “mesmo com a disponibilidade da câmara estas coisas precisam de planeamento”.
“Nós estamos empenhados na melhor opção e em garantir que os centros abram dentro das condições exigidas. Tenho que salientar que ainda assim estão a ser garantidos todos os cuidados à população”, ressalvou.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 813 mil mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 1.805 em Portugal.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.