O Tribunal da Relação de Guimarães ilibou José Miguel Fischer Cruz, já 15 anos após os factos, na sequência de sucessivos recursos, em que o empresário clamava não serem crime as práticas dos seus negócios de automóveis, o que foi agora acolhido.
Em causa estavam os negócios de transação de automóveis, em Braga, em que à data, no ano de 2008, Fisher Cruz, era suspeito de aligeirar os critérios de créditos, para vender veículos, aquando do pico da crise económica internacional.
A Relação de Guimarães, esta semana, absolveu José Miguel Fischer Cruz pela acusação de 37 alegados crimes de falsificação de documentos, porque à data dos factos, em 2008, a conduta atribuída ao suspeito não era sequer criminalizada.
“Como bem refere Fischer Cruz, só em 2014 [os factos são todos de 2008] a lei criou o procedimento especial para registo de propriedade de automóveis por contrato verbal de compra e venda”, pode ler-se no acórdão do Tribunal da Relação de Guimarães.
O empresário bracarense pagou mais de 200 mil euros, tendo-se considerado agora que essas questões em causa nos processos judiciais eram do foro cível e não criminal, sendo que a questão cível está já ultrapassada, por ter havido integral pagamento.
Empresário elogia “coragem dos juízes”
Em declarações a O MINHO, o empresário, de 40 anos, elogiou a coragem dos juízes desembargadores que “cumpriram a sua missão com total isenção e imparcialidade, demostrando-se que a justiça é capaz de corrigir os seus próprios erros judiciários”.
José Miguel Fischer Cruz destacou “ter sido totalmente absolvido, de todas as acusações, já depois de tantos anos a clamar por justiça, a explicar que não era crime o comportamento comercial, só que o Tribunal de Braga tinha qualificado mal os factos”.
“Não me restam processos cíveis, nem quaisquer dívidas, paguei tudo até ao último cêntimo, aliás, os bancos e as empresas financeiras retiraram já no ano de 2015 todas as ações, depois de terem sido todas integralmente ressarcidas”, diz Fischer Cruz.
Sobre os factos, Fischer Cruz disse que “no ano de 2008 o negócio da venda de automóveis praticamente parou”. “Fizemos tudo para não fechar o stand, mas com a bolha financeira muitos clientes não conseguiram cumprir até ao fim e daí os problemas”, justifica.
“Está encerrado um capítulo da minha vida profissional, paguei tudo e mais alguma coisa, paguei por mim e pelos outros, até pelos próprios clientes, nunca deixando de trabalhar, o que vou continuar sempre a fazer”, conclui José Miguel Fischer Cruz.