– A empresa a Navallethes, com estaleiro numa zona empresarial de Viana do Castelo, concluiu mais duas de 46 embarcações semirrígidas que seguem, na segunda-feira, para Marrocos num contrato de 10 milhões de euros, foi hoje divulgado.
Em declarações aos jornalistas, à margem de uma visita do ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, o administrador da empresa de construção naval, Francisco Portela Rosa, adiantou que as primeiras duas embarcações foram entregues em 2020.
“O contrato de 10 milhões de euros inclui a construção de vários tipos de embarcações, com características especificas, como estas duas que são blindadas. Vão operar no controlo costeiro, sobretudo por causa do tráfico de estupefacientes e da emigração clandestina, mas também para apoiar os portos marítimos e águas interiores”, especificou.
Segundo aquele responsável, “trata-se de um mercado que se está a abrir”, sendo que a empresa de Viana do Castelo tem vendido para países como o Brasil, Angola, Moçambique, Espanha e França.
“Também construímos duas embarcações para a Marinha portuguesa que estão a operar na Grécia, na recolha de náufragos entre a ilha e a Turquia. É um mercado que está promissor neste momento”, disse.
Segundo Francisco Portela Rosa, a Navallethes “tem uma carteira de encomendas assegurada para os próximos cinco anos”.
“Para exportação, a faturação anual oscila entre os cinco e os sete milhões de euros. Este ano talvez atinjamos os 10 milhões de euros, mas sempre. Temos perto de 50 trabalhadores e subcontratamos muitos funcionários e empresas de outros locais”, referiu.
A empresa hoje visitada pelo ministro do Mar e pelo presidente da Câmara de Viana do Castelo foi criada inicialmente para produzir barcos, sobretudo para a pesca, em madeira.
“Depois demos o salto para a fibra, iniciando a construção de semirrígidos e rígidos para a pesca. Nos últimos anos o mercado marítimo-turístico fez com que crescemos. A procura destas embarcações está a impor-se em todas as praias no país e no estrangeiro”, descreveu.
Em Portugal, referiu, a empresa tem vendido “algumas” para Peniche, no distrito de Leiria.
“Temos pronto ferryboat com capacidade para transportar 46 pessoas e que irá operar entre Peniche e as Berlengas”, disse, referindo que “as encomendas de embarcações de recreio vão aparecendo, mas não com tanta frequência”.
O ministro do Mar apontou a empresa como um exemplo “forte” do que deve ser a aposta na economia do mar e “no aproveitamento do seu grande potencial”.
Ricardo Serrão Santos afirmou ainda que a Agenda “Viana do Castelo-Retoma através do Mar”, que hoje lhe foi apresentada pelo presidente da Câmara de Viana do Castelo, “está cimentada e tem um futuro promissor pela frente”.
Em abril, na apresentação pública do documento, o socialista José Maria Costa “estimou um investimento público e privado de 500 milhões de euros e a criação de mil postos de trabalho na próxima década com a agenda da economia do mar”.
O autarca adiantou tratar-se de uma “previsão conservadora”, tanto do montante de investimento como da criação de emprego, “mas realista”.
No sábado, às 10:30, ainda em Viana do Castelo, o ministro do Mar inaugura a intervenção de modernização do portinho de Castelo do Neiva.
A obra incluiu de 40 novos armazéns de aprestos entregues aos pescadores em novembro de 2020. A sua construção implicou a demolição de 21 armazéns aprestos daquela comunidade piscatória.
Foi ainda instalado um novo guincho na rampa varadouro e as zonas exteriores foram requalificadas e reordenadas. A intervenção orçou em 1,5 milhões de euros e foi financiada pelo Mar 2020, Docapesca, e pela Câmara local.
Em complemento a esta obra, foi construído um novo edifício para funcionamento da lota, num investimento de 730 mil euros, tendo as mesmas fontes de financiamento.
Segundo números da Associação de Armadores de Pesca de Castelo de Neiva, a pesca artesanal movimenta naquela freguesia da margem esquerda do rio Lima cerca de uma centena de famílias.
Operam no portinho de Castelo do Neiva – Pedra Alta mais de 30 pequenas embarcações e mais de 70 pescadores.
Já no concelho de Caminha, presidido pelo socialista Miguel Alves, às 12:00, o governante visita à intervenção de alimentação artificial, proteção e reabilitação do sistema costeiro natural da duna dos Caldeirões, em Âncora e Vila Praia de Âncora.
A intervenção recentemente iniciada está orçada em 1,6 milhões de euros e é financiada a 75% pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), sendo os restantes 25% assegurados pela Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM).