A empresa de Braga Lusorecursos está a ser alvo de buscas, na manhã desta terça-feira, no mesmo processo criminal que levou também às buscas na residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa.
O CEO da Lusorecursos, Ricardo Pinheiro, é um dos visados, mas, ao contrário do que foi inicialmente veiculado, não foi detido.
A Lusarecursos é uma empresa fundada em Braga, onde sempre teve sede. Desde que ganhou o concurso para exploração de lítio em Montalegre mudou, formalmente, a sede para aquela vila do distrito de Vila Real, passando o escritório em Braga a ser considerado uma delegação.
O escritório da Lusorecursos, em Braga, está localizado num condomínio de luxo, sendo a zona de edifícios mais cara de Braga a cerca de um quilómetro do Estádio Municipal de Braga, em Dume.
De acordo com o jornal Público, foram detidos o chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, e o consultor próximo do primeiro-ministro, Diogo Lacerda Machado, bem como o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, e dois executivos de empresas.
Os ministros Duarte Cordeiro e João Galamba serão constituídos arguidos. Ainda segundo o Público, o mesmo irá acontecer com o antigo ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes.
Entretanto, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática confirmou hoje à Lusa a realização de buscas da PSP nas suas instalações.
Fonte oficial do ministério de Duarte Cordeiro disse, no entanto, não conhecer ainda o motivo das buscas.
De acordo com a CNN Portugal, em causa está o negócio que garantiu à Lusorecursos a exploração da mina de lítio em Montalegre, apesar de a empresa não fazer parte do grupo de empresas com direito de prospeção.
O processo envolve suspeitas de corrupção para beneficiar a Lusorecursos no processo atribuição da exploração da mina.
O jornal Eco acrescenta que também está a ser investigado o negócio da central de hidrogénio verde em Sines.
Fonte da PSP referiu à Lusa que foram mobilizados cerca de 140 polícias para a operação de buscas e que o inquérito está a cargo do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
Notícia atualizada às 13:53 com a correção de que Ricardo Pinheiro não foi detido.