É uma carrinha transformada em “T0” onde Rui Garcia, professor de Ponte de Lima colocado no Alentejo, está a viver desde o início do ano letivo.
“Bem-vindos ao T0 Rui Garcia”, é assim que o docente de Educação física, que ficou colocado a 430 quilómetros de casa e diz não encontrar habitação a preço acessível, apresenta a sua viatura à reportagem da SIC.
Recorde-se que o docente contou àquele canal de televisão que tem estado a viver na carrinha e toma banho no pavilhão da escola.
O caso teve até ‘honra de abertura’ do programa de humor “Isto é gozar com quem trabalha”, de Ricardo Araújo Pereira.
“Desde o dia 11 de setembro, [em que] cheguei a Elvas para preparar o ano letivo, tenho estado a viver na minha viatura. Lançando um pouco de algumas artimanhas, normalmente pernoito nas zonas comerciais dos hipermercados, [que] parecem ser as zonas mais adequadas”, conta o docente àquele canal de televisão.
Além disso, e enquanto não encontra um quarto com um preço em conta, recorre à escola para as necessidades básicas. Diz que a situação é menos grave por ser professor de Educação Física.
“Tomo banho no pavilhão todos os dias e a alimentação faço na cantina. Ao fim de semana é que é mais complicado. Uma vez que a escola está fechada é-me mais difícil passar o fim de semana, principalmente quando chove”, relata Rui Garcia.
Agora, numa nova reportagem, em que é mostrada a carrinha onde vive, conta que toma ali o pequeno almoço e depois vai para a escola, levando a carrinha com ele. “Dou as minhas aulas, almoço no refeitório e durante a tarde cumpro as tarefas e tomo o meu banho”, conta Rui Garcia.
Diz ainda que não vai a Ponte de Lima nos fins de semana por ser dispendioso e passa o tempo nos centros comerciais para aceder à internet.
“Sinto que não vivo com dignidade. Enquanto não era conhecido como professor, antes de começarem as aulas, passava como incógnito. Agora, sinto alguns constrangimentos. Naturalmente que isto não são formas dignas de viver”, conta.
Depois da reportagem da SIC, diz ter recebido algumas propostas de casas, mas ou são longe ou demasiado caras.